Exatamente às 08:45
horas do dia 06 de Agosto de 1945, um dia como hoje, uma ainda inexperiente
“bomba atômica” explodia sobre as cabeças de 140.000 japoneses que morreram nos primeiros minutos. 200.000 no
total final. “Pearl Harbour” estava vingada. Hoje esta “bombinha” serviria
apenas de “espoleta” para acionar as “bombonas de hidrogênio”, estas sim,
capazes de varrer do mapa a nossa aguerrida humanidade.
Os americanos se
julgavam com “todas as razões do mundo” para terminar logo com uma guerra que
prometia prolongar-se por muitos e muitos anos. Eles sabiam que os japoneses
jamais iriam se “entregar”, e milhões de vidas de militares e inocentes civis
seriam dizimadas. Resolveram então lançar a bomba.
Mas, o que é ter razão?
Dizem que a razão é uma inesgotável fonte de sofrimentos, da qual os animais,
os irracionais, estão livres. A razão
cria monstros! -- Hitler também se achava com todas as razões do mundo para
acreditar na superioridade da raça ariana, e na necessidade de exterminar os
judeus. Uns afirmam, outros negam que teriam sido seis milhões os judeus sacrificados e mortos
nas câmeras de gás nazistas. Nos terríveis holocaustos nazistas!
Às 02:27 horas do dia
06 de agosto de 1945 o Coronel Paul Tibbets acionou o motor número 3 do seu
B-29 apelidado de “Enola Gay”. Depois os outros três do seu possante
quadrimotor. Às 02:35 o “Covinha dois”, código secretíssimo daquela mais que
secreta missão, informava à Torre Norte
da Base Aérea de Tinian -- uma das três principais ilhas do arquipélago das
Ilhas Marianas do Norte -- que estava pronto para decolar. O peso máximo de
decolagem permitido estava previsto para 65 toneladas: -- 26 toneladas de
combustível, uma bomba de 5 toneladas, mais 12 pessoas à bordo. Somando tudo, Tibbets verificou que estava com
um excesso de 7 toneladas. Tomou então a decisão de manter o avião no solo até
os últimos metros da pista, para obter o máximo de velocidade, antes de
“levantar o nariz”. Mas preferiu não revelar sua intenção ao Capitão Lewis, seu
copiloto, que logicamente também sabia do excesso de peso. Às 02:45 disse a Lewis: -- Vamos embora, e
avançou as “piriquitas”. Tibbets olhava ansiosamente o indicador de pressão de
admissão. Com dois terços “consumidos” de pista o indicador de RPM ainda estava
bem abaixo das 2550 desejadas, e o indicador de pressão indicando apenas 40
polegadas, insuficientes para decolar. Lewis também olhava ansiosamente para os
instrumentos à sua frente, duplicatas dos que Tibbets monitorava.
Está pesado demais, gritava Lewis! – “Puxa
logo esta porra”! Tibbets “ignorou” Lewis e continuou mantendo o avião firme no
solo. Instintivamente Lewis pegou nos comandos, quando Tibbets também gritou: -- Largue esta porra! –
paralisando o capitão, que ficou olhando para o coronel... Tibbets agora olhava
fixo para o término da pista, à beira do penhasco. O Enola Gay decolou no exato
momento que a pista sumiu, substituída pela escuridão do Pacífico.
Terminada a guerra,
Tibbets descobriu que era uma personalidade controvertida. Ao contrário dos
outros membros da sua tripulação, ele detestava publicidade. Tibbets gostava
mesmo era de ser “aviador”; de voar! Voou nos aviões do Comando Aéreo
Estratégico dos EUA. Promovido a general, foi servir na Missão Militar Americana,
na Índia, onde foi mal recebido, com virulentas manchetes na imprensa
pró-comunistas, rotulando-o como sendo o “maior assassino do mundo”.
Fora do serviço ativo,
Tibbets continuou sempre perto dos “seus” aviões. Foi presidente de uma
companhia de jatos executivos. Pilotava jatos “Lear”. Pediu que quando morresse
suas cinzas fossem espalhadas pelos céus do seu “Estados Unidos”...
Coronel Maciel.
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