quinta-feira, 28 de março de 2019

Lembro como se fosse hoje...


Lembro como se fosse hoje...
O Coronel Lana, Comandante do Destacamento Precursor da Escola de Aeronáutica de Pirassununga, reuniu o seu efetivo para informar os avanços das Forças Libertadoras e dizer do nosso apoio à Revolução Redentora de64. Ordenou àqueles que não concordassem que saíssem de forma. Seis ou sete gatos pingados assim o fizeram; outros, os mais sonsos, os mais perigosos, os mais falsos, preferiram se esconder entre os que se perfilaram a favor do Brasil. Entre os comunas “mortos e feridos” salvaram-se todos. Alguns foram cassados; outros se dizem torturados, injustiçados. Outros, depois de dedurarem pais, irmãos, irmãs, namoradas, amigos, companheiros, arrependidos das traições, cometeram suicídios. Há e sempre haverá os que não acreditam nesta triste realidade, achando que tudo é mentira, como dizem os saudosos do Herzog. Mas a grande verdade é que todos se deram bem; todos fizeram um grande investimento e hoje, deitados na cama, estão por aí, condecorados, paparicados, endeusados. Todos ricos. Riquíssimos. Os mais espertos, os mais safos, os mais safados, tornaram-se presidentes! Foi preciso que o nazismo e o comunismo terminassem para que pudéssemos entender e compreender o que Kafka queria dizer nos seus livros, cheios de castigos enigmáticos e culpas indecifráveis. Assim também serão precisos longos anos para que os nossos filhos e netos possam entender o que era o Brasil antes e depois de 64. 
Coronel Maciel.   


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