Quando a gente acorda,
como hoje eu acordei, pensando que não temos mais nada para fazer; que não
gostamos mais nem de carnaval; quando uma certa melancolia invade a alma da
gente; quando olhamos para o céu e vemos nuvens derramando lágrimas...é quando
eu começo a escrever essas coisinhas à
toa, ou pego o meu violão, que hoje passa horas, dias, meses, esquecido, e
ponho-me a tocar o “Lupicínio”, lembrando suas músicas de dor de corno para
uns, e de cotovelo, para outros: “Nunca”; “Nervos de aço”; “Cadeira Vazia”; “Vingança”;
“Esses moços... pobres moços”; só fico meio triste, saudoso, por não poder mais “tomar todas”; lembrando aqueles meus porres homéricos pelos bares da vida. Lupicínio também tomou todas, rondando todos os
cabarés de Porto Alegre, testemunhando paixões, desilusões e desenganos; teve o
seu apogeu, sua queda, suas crises, levado por tantas mulheres, com quem
compartilhava amor e boemias; mas sempre voltava para casa; pelas madrugadas; pois
dizia que não há maior prova de amor do que voltar...
Coronel Maciel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário