Atol das Rocas; quantas saudades...
Era naqueles bons
tempos quando eu, Capitão Aviador, Oficial de Operações do ETA-2 Recife,
valoroso Esquadrão equipado com os saudosos, audazes, corajosos, valorosos
“Super-Dakotas-C-47”, eu e o Tenente Alcântara, éramos os maiores “piruadores”
das missões àquela ilha tão fantástica, tão linda e afrodisíaca. Para tanto,
usávamos de um infalível golpe: -- Sabíamos exatamente quais os pilotos que não
se sentiam “confortáveis” no atravessar aquele pedaço do Atlântico, cheio de
gulosos e temidos tubarões! A decolagem era sempre prevista para duas da tarde
das sextas-feiras. O regresso, no sábado e às vezes no domingo, dependendo do ”pernoite”.
Na quinta à noite era certo; os escalados davam “suas desculpas” e lá íamos nós
passar o fim de semana nas ondas verdes dos mares de Noronha; os pernoites eram
ótimos! Sempre aparecia alguma turista com um violão para nos acompanhar nas
serestas enluaradas. Foi num desses pernoites que os pescadores nos informaram
que o “Atol das Rocas” ficava logo ali, bem pertinho; distante uns 30 minutos
de voo. No dia seguinte lá fomos nós visitá-lo. Decolamos; “pezinho” pra
direita, coisa de uns 30 graus, e logo fomos surpreendidos por uma quantidade
enorme de pássaros marinhos, surpreendidos pelo voo do nosso pássaro gigantesco.
Sobrevoando em voo rasante o atol, observávamos o desespero das tartarugas
fugindo dos ataques dos tubarões, que ficavam presos no imenso lago formado no
atol, quando na “maré baixa”, de olho na grande e desleal luta pela
sobrevivência nos mares! Após o pouso intermediário em Natal, numa rápida
inspeção “pós-voo”, fomos surpreendidos com pedaços de aves marinhas que
ficaram presas no bordo de ataque das asas, lembranças do nosso sobrevoo no
solitário Atol das Rocas.
“Ah, quantas saudades
nós temos da aurora das nossas vidas...”.
Coronel Maciel.
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