Hoje, de manhã bem
cedo, liguei pro Spíndola, perguntando se ele exercia algum tipo de fé; mesmo que fosse só um
pouquinho dessa tal fé que “remove montanhas”, e ele então me respondeu: -- Coronel,
não brinque comigo; não me venha com provocações; o senhor sabe muito
bem que a minha fé é pior que a fé de uma formiga; e tem mais; eu acho que é
muito mais fácil uma formiga remover montanhas, que um camelo entrar no buraco
de uma agulha, quando então fui obrigado a lhe dar a maior das gargalhadas; e
assim mesmo ele prossegue: só quem é capaz de remover montanhas, seu velho
piloto hangarado, são essas máquinas poderosas que estão removendo todas essas minhas árvores centenárias, todas “madeiras
de lei”, que circundam este meu paraíso, e que estão sendo remetidas para o “primeiro
mundo”, esses países que hipocritamente estão reclamando do desmatamento aqui
do meu Pará, para não dizer de toda minha querida Amazônia, a qual logo-logo vai virar o maior
dos desertos; e vocês continuam aí dentro dos seus tanques, navios e aviões sem
fazer porra nenhuma, com cara de viado que viu caxinguelê, como diria o
Raulzito. Desliguei o meu “uotzap”, dei partida no meu Fiatizinho, a saí por
aí, no meu velho calção de banho, fazendo com toda fé que ainda me resta as minhas
costumeiras blitz domingueiras, atrás de lagostas grelhadas, transando com
louras geladas; quem for podre que se quebre; besta morra triste, já dizia
minha querida vovozinha.
Coronel Maciel.
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