Um Cadete e um Cardeal.
Gostei, manda me dizer
o Spindola, lá do seu Igarapé das Almas; gostei; mesmo sabendo que nada vai
mudar; nem essa porra do STF, nem essa merda do Centrão; assim como não
acredito que nenhuma dessas nossas “Caboquinhas”, de olhares enviesados, como a
Capitu, do Machado, possam ser belas e honestas, ao mesmo tempo; mas, peraí,
lhe digo eu, mais revoltado que passarinho quando está com raiva: e a nossa, ou
melhor, e a tua Raimundinha, que eu conheci muito antes que você, não é bela e
honesta, e di menor ao mesmo tempo? É; parece que sim; mas ninguém sabe o dia
de amanhã, e hoje só me interessa o lado trágico do amor, me diz o nosso ousado
filósofo: assim como um Cardeal aos 80, repete a mesma coisa que aprendeu quando
nos seus 18, eu também continuo repetindo perto dos meus 80, as mesmas coisas
que aprendi quando Cadete, quando nos meus 18: não acredito nesta tal “democracia”, palavrinha difícil de se entender, e que
ainda precisa ser muito bem definida nos dicionários da vida, pois, como eu já
te disse e repito, só houve democracia no Brasil naqueles nossos belos tempos, tempos
daqueles velhos generais, quando a gente podia dormir nu, de bunda pra lua, todo
ensaboado, relógio de ouro no pulso, num banco da Praça da República, que ninguém
encostava; hoje vivo aqui feliz, olhando
esse meu Pôr do Sol, mais lindo e muito
mais bonito que todas as poesias e filosofias do mundo.
Coronel Maciel.
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