Uma vez, e lá se vão mais
de não sei quantos anos, eu, um “garboso” Capitão Aviador, de baixo de um sol equatorial
de meio dia, lá em São Gabriel da Cachoeira, aguardava o embarque dos
passageiros, formados por padres, freiras, freirinhas, índios, índias, médico,
um monte de jornais e revistas velhas; cartinhas de amor, lembrancinhas; “Tutti
quanti”, quando uma voz ecoou: -- Um veado! Pega o veado! Os cachorros magros dos
índios, que também aguardavam o embarque, saíram todos em disparada atrás do
coitado, que, do meio da pista de pouso, voltou, completamente perdido, pulou a
cerca onde estavam guardados os tambores de combustível, e, na queda, quebrou o
pescoço e morreu. Fiquei na dúvida se encerrava por ali mesmo a missão daquele
dia; e, na dúvida, chamei o Guarda Campo, e dei a seguinte “Ordem de Missão”: -
Deixar tudo pronto para uma “churrascada” à noite. Decolamos, fazendo a rota do
Rio Uaupés, afluente do majestoso Rio Negro, até à “Cabeça do Cachorro”, limites
com a Colômbia. Voltamos de tardezinha, pousamos, sem antes dar alguns fabulosos
rasantes pela cidadezinha tão querida. À noite, na beira do Rio, olhando de
longe a lua, enorme, nascendo por de trás do morro da “Bela Adormecida”, regado
com muita cachaça e viola, traçamos o mais delicioso churrasco de veado.
Coronel Maciel.
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