Hermenêutica Tupiniquim.
Manda me dizer o
Spíndola, juiz e filósofo aposentado, morando hoje lá em Belém do Pará, que eu
devo me ater somente em coisas de aviação, coisas que eu conheço mui pouco e
muito porcamente, e deixar com os verdadeiros “Juízes”, não digo alguns desses
que andam esculhambando com o coitado do nosso STF, essas questões “Hermenêuticas”;
e me lembrou o caso contado pelo Bertold Brecht, grande dramaturgo alemão,
comunista, mas que não se dava bem com o Stálin e seus capangas, de um caso
acontecido lá nas montanhas do Cáucaso, quando o Juiz Azdak, que vivia mais bêbado
que eu, nos meus saudosos tempos de grandes farras e bebidas, a história de Gruscha,
criada do governador de um reino invadido, que foi morto e cuja esposa fugiu para escapar também da morte, deixando para trás seu filho. Ora,
Grucha, fica com a criança, tornando-se a verdadeira mãe do menino abandonado; passados
alguns anos, Grucha e Miguel, o filho-herdeiro, são encontrados pelos guardas
enviados por Natela, a mãe que pariu o garoto; e a partir daí entra em ação o nosso
Juiz Azdak, que, a seu modo e bel prazer, se dizia o defensor da honra, da moral
e da dignidade dos bêbados, dos vagabundos e vagabundas da cidade -- foi
designado para decidir o futuro da criança: -- Quem deveria ficar com o menino?
Azdak então mandou fazer o tal “Círculo de Giz Caucasiano”, colocando o menino
no meio e cada uma “das mães” deveria puxar pelo braço e com toda força o
menino; ora, Grucha, não querendo machucar a criança, perdeu a questão; foi
quando o Azdak, levantou-se e proclamou a sentença, dizendo, já meio puto da
vida e com a cabeça bastante quente: -- Porra nenhuma! Quem vai ficar com a
criança é a nossa amiga Grucha, mandando a mãe que pariu, pra longe e pra puta
que a pariu. Se tivéssemos, hoje, aqui neste Brasil tão grande, tão amado e tão
“fedido”, um Juiz tipo o velho Azdak, mandaria logo esses viados todos que
querem derrubar o Moro, também pra puta que os pariu!
Coronel Maciel.
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