“Eu só queria ter na
vida simplesmente um lugar de mato verde pra plantar e pra colher...” (Gilson
Campos)
O bairro onde eu moro,
era um bairro tranquilo, muito bom de se viver. Era. Pertinho daqui, uma casa,
um “palacete” desses bem tradicionais e antigos, foi transformado em um
inocente “barzinho”. Como ninguém reclamava, foi crescendo, crescendo e transformou-se
num “barzão” incrivelmente barulhento: música ao vivo; carrões estacionados na
rua e no meio da rua. Um inferno. Uma família que há longos anos morava
vizinha, depois de muita luta, inglória luta, foi obrigada a mudar-se, para não
enlouquecer.
Vizinho ao condomínio
onde moro, outra palacete esta começando a seguir os mesmos passos. Ninguém
reclama, ou melhor, só o besta aqui reclama. O dono do incipiente barzinho é amigo
do dono de uma empresa de vigilância noturna, que usa motos incrementadas com sirenes
muito parecidas com as sirenes dos carros de polícia. Uma, duas da madrugada,
lá vem a moto “sireneando” alto, avisando aos já muito bêbados clientes do bar,
que chegou com cigarros, e outros pedidos dos seus “clientes”. Entrega os
pedidos, aproveita para tomar um trago, e sai com a força do cão, com toda
potência da sirene ligada, como para dizer que está vigiando as casas que pagam
regiamente pelo inútil serviço de vigilância. Somente eu inutilmente reclamando;
todo mundo achando melhor não reclamar; adaptar-se, ou morrer, pois o dono da
empresa de vigilância, bem como o dono do bar é amigo de “gentes importantes”,
frequentadores do bar.
Se faço esses arrodeio
todo, meus caríssimos ouvintes, é “por causa de que” ontem recebi um longo
telefonema de um amigo meu que mora na Bahia de Todos os Santos e do pai de
santo Jubiabá, dizendo-me que é melhor
eu mudar de time e passar a apoiar a dona Dilma, como ele, que era contra e
agora apoia o PT. E entre muitas outras “boas razões”, a compra desses caças suecos, e de uns velhos “eletras”
adaptados na Espanha para combater “submarinos americanos” que porventura
queiram se apossar dos nossos poços de petróleo. E que -- também atendendo outro grande amigo
dele, brilhante oficial que mora em Brasília e que também é contra alguns dos
nossos que continuam querendo, usando para tanto “balas de ilusões”, derrubar o
governo Dilma.
Fico triste e pensando assim:
é verdade!-- Ora, ora, ora “velha águia hangarada” -- se nem os americanos, os
mais ricos e poderosos xerifes do mundo, não conseguiram nem conseguem derrubar
o governo do Fidel, como sonhar que uns idealistas como nós (alguns de nós...)
queiram derrubar Lula e sua imbatível “corriola”, todos eles filhotes do
imortal Fidel Castro?
Não devemos expor assim
tão facilmente as nossas esperanças, sonhos e ideais, sob pena de sermos mal
compreendidos e consequentemente expulsos, infelizes e derrotados, do paraíso,
este arruinado e caindo aos pedaços Brasil.
Minha vó sempre dizia:
meu filho, quem muito se abaixa o “fiofó” aparece, e algum aventureiro pode
aparecer e, vupt, comer...
Coronel Maciel.
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