Você já viajou num
jatinho da FAB? -- Num desses bem novinhos, lindos, limpinhos, engomadinhos? – Não???!!! – Pois veja como é tão fácil! Basta
que “sejas” um ministro, um deputado, um senador; ou alguma outra “otoridade”, dessas tipo:-- “Sabes com quem
estás falando?”-- para conseguir o longo voo
desejado! Seja de dia ou de noite; sábado, domingo ou feriado, não
importa. Basta um simples telefonema que a mamãe FAB, ou “a viúva”, ou outro
nome como queiras a chamar, que na mesma hora serás prontamente atendido! Também
não importa para onde: se para uma visita -- e basta dizer que é a serviço da
nação – ao ditador Fidel Castro, lá na sua ilha cubana, bem pertinho de Miami;
para um lindo passeio à afrodisíaca ilha de Fernando de Noronha; para implante
de cabelos na tua cidade natal; ou para
tratar de uma simples dor de barriga, que logo, logo serás tão prontamente atendido! À mamãe FAB não importa
os motivos alegados.
E se por um triste
acaso a “safadeza” cair nos ouvidos da imprensa, basta você dizer que vais indenizar
a Nação, que tudo estará resolvido! Assim: se fosse utilizado um avião de uma
companhia de Taxi Aéreo Regular, do mesmo tipo dos usados pela FAB, irias desembolsar,
digamos (não sei o valor exato) dez vezes mais! Então: se ele diz que vai pagar
vinte mil à mamãe FAB, iria ter que desembolsar uns míseros duzentos mil à
companhia de Taxi Aéreo regular!
Assim fica muito fácil,
né? -- E tem mais; o dinheiro que o nobre deputado, ou o nobre senador -- que
ganha só de salário, fora outras mordomias, em torno de 120 mil -- vai
desembolsar para indenizar a nação pelo passeio nos lindos jatinhos da FAB,
somos nós que iremos pagar! – Nós; eu, você, o leite dos nossos filhos; nós, que
temos os nossos impostos devidos indevidamente descontados diretamente na fonte,
nós é que iremos pagar! (Não sei se me expliquei bem).
“Ama, com fé e orgulho, a terra em que
nasceste!
Criança! não verás
nenhum país como este!
Olha que céu! que mar!
que rios! que floresta!
A Natureza, aqui,
perpetuamente em festa,
É um ‘seio de mãe’ a
transbordar carinhos...” (Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac)
Coronel Maciel.
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