Alguma coisa acontece
no meu coração quando eu vejo tanta bandalheira, tanta coisa errada acontecendo
no meu querido Brasil. Eu não era uma criança muito bem comportada; não! Fazia
coisas do arco da velha! Mas coisas que toda criança normal gostava de fazer em
Belém; empinar papagaio, jogar peteca; pegar pião na unha, peladas com bolas de
meia; “roubar” frutas tão gostosas de roubar pelos quintais da vizinhança;
coisinhas assim. Mas não gostava de ir às missas todos os domingos; nos dias
santos e santificados; nem de viver rezando terços; nem de ficar debruçado nos
livros... Minha avó então me chamava para contar a história de um menino que,
agora um rapaz, havia sido condenado à morte, e no dia azarado, ao se despedir
do pai, em vez de um beijo, arrancou-lhe foi um pedaço da orelha, jogando-lhe
toda a culpa de ter sido condenado, porque não ter sido bem educado; ter
crescido com as rédeas soltas; sem limites. Eu ficava com medo, mas não me
corrigia... Mas acabei me corrigindo, depois de meter os cornos nos livros e
mais por culpa dos que se deixaram enganar, ao mui elevado posto de
Coronel-Aviador, hoje na reserva e ganhando menos que um ascensorista de
elevador do senado federal! Não sei se
me explico bem... rsrsr.
Sempre me entristece
ver o desmoronar de uma crença; o desmoronar de famílias tradicionais; o
desmoronar de um partido político, como acontece hoje com o PT. Todos nós
sabemos como foi fundado o PSDB do Zé Serra e do FHC. Para os que não sabem, foi assim: no governo
desastrado do Sarney, o hoje dono da capitania hereditária do Maranhão, houve
uma época que ele estava tão mal, tão perdido, tão desacreditado, tão por baixo,
tão fudido, que urgia uma imediata providência. Inventaram então o “Plano
Cruzado”. Salvava-se a economia do Brasil com um remédio inusitado:
Decreto-Lei. Criaram os “Fiscais do Sarney”. Zeraram a inflação. Bom; não vou
agora descrever todas as malandragens costumeiras do Sarney. Mas, encurtando a
história: Sarney conseguiu eleger 22 governadores e a grande maioria dos
constituintes. Mesmo que para isso tenha reduzido nossas reservas cambiais em
algo no entorno de sete bilhões de dólares, o que era muito dinheiro naqueles
malditos tempos. Foram tantas as sacanagens feitas que dariam para escrever um
livro grosso. O PMDB elevava-se aos
“píncaros da glória”...
Mas a alegria durou
pouco, como duram pouco os castelos construídos nas areias da beira do mar.
Quando viram que o barco estava afundando, ratos pularam fora e fundaram o
PSDB: o partido de ratos fujões...
O PT quando foi criado
não era um partido só de bandidos, como nos parece hoje; não! Nada disso! Havia
muita gente boa nas suas “hostes”. Mas erraram quando fizeram o mesmo que
fizeram os ratos que fugiram do PMDB. Quando aqueles homens e mulheres que
ajudaram a criar o PT -- pessoas dignas, de caráter, probos, íntegros, corretos
-- perceberam que estavam sendo iludidos, enganados pelos dois maiores filhos
da puta do mundo, o Lula e o Zé Dirceu, dois “felas” que só traiam a
“ideologia” de um partido que julgavam o partido certo para implantar seus
“sonhos”; quando perceberam que o único objetivo dois era o de alcançar a qualquer
preço o “poder pessoal”, cometeram um grave erro: pularam para fora do barco e
foram fundar outros partidos com os mesmos ideais que inicialmente norteavam o
PT. -- Erraram! -- Deveriam, isto sim, ter expulsado, defenestrado, capados os
dois, qualquer coisa assim; mas não: foram embora, deixando o PT nas mãos dos
dois bandidos.
Os que resolveram continuar
no barco, inocentes úteis (?), estão aí sendo julgados e condenados pelo STF.
Não perceberam que estavam sendo vítimas do esquema mais tenebroso já bolado no
Brasil. Mal comparando, da mesma forma que os criminosos nazistas que -- para
se inocentarem -- diziam que não sabiam de nada; que cumpriam ordens do cabo
Hitler...
Fiquei mesmo com muita
pena, muita pena mesmo da Miruna Genoíno, solidária com o sofrimento do pai
numa carta lida pelo senador Suplicy, que até chorou lá do alto da tribuna do
senado, o bebé chorão...
“Me desculpe”, Miruna:
mas não acredito na ingenuidade, nem na inocência do seu querido pai, embora
acreditando que ele, como você nos afirma, seja um pai amoroso, avô dedicado e
apaixonado pelos netos e coisa e tal. Mas não acredito nem um pouquinho em
tanta ingenuidade... Me desculpe, sim?
Vou ficando por aqui;
vou ligar a televisão e assistir ao Círio de Nossa Senhora de Nazaré, na minha
querida cidade morena de Belém do Pará, a maior festa religiosa do norte, quiçá
do Brasil!
Coronel Maciel.