Nós, uns merdas! Temos
a força nas mãos, aviões nas mãos, tanques, submarinos, tudo nas mãos e estamos
aí, na maior merda! E essa placa na AMAN? -- que merda! Brasil; país de merdas?
O mundo, uma merda? -- Blá, blá, blás no STF e ninguém preso; grande merda. Bandido matando policia e ninguém fazendo
nada; uma merda! Carandiru, muito pouca merda...
Motos e mortes pelas ruas; uma merda; o
trânsito caótico, filas caóticas nos bancos, nos supermercados; em todos os
lugares; gente pobre morrendo nos corredores podres dos hospitais; segundos
turnos, Haddads , Zé Serras, tudo uma merda no Brasil!
E Messias que não
chega! -- Deus, onde estás que eu não te vejo? -- Velhice, uma merda! A morte,
um vexame, outra merda!
É madrugada... Abro,
pálido de espanto, a janela do meu quarto; lá longe, Júpiter sentado na testa do “Touro”! Lá longe,
muito longe de mim, as Plêiades! Gosto de ficar ouvindo as meninas brincando e
cantando no espaço sem fim. “Ora, direis, ouvir estrelas... Certo perdeste o
senso!”
Somos o quê, perdidos
de sensos no espaço sem fim? Não sei; não sei... Ninguém sabe! -- Só sei que
nada sei, e sei que um dia estarei mudo; mais nada...
Coronel Maciel.