Essa provocativa Comissão
Nacional da Verdade começa a investigar “perseguições sofridas por militares
que se opuseram à Ditadura”... Um “grupelho de trabalho” iniciou suas atividades
no dia 11 de Outubro passado, no Rio de Janeiro, colhendo o depoimento do Brigadeiro
Rui Moreira Lima, de 93 anos... Eu havia
até me prometido deixar pra lá esses temas políticos, temas que costumam me dar
“dor de cabeça”. Mas volto a publicar uma crônica que escrevi no dia 21 de
Novembro do ano passado, intitulada “A Velhice Vergonhosa”; no dia seguinte
publiquei outra com o mesmo título, acrescentando “segunda parte”... Dizia eu:- -
A Velhice Vergonhosa.
É a pior espécie de velhice; é a
mais triste e derradeira surpresa que nos oferece a natureza humana e que
costuma atacar aqueles mais fracos, mais débeis, mais desprevenidos; é o que
parece ter atacado um dos nossos maiores heróis; líder dos nossos valorosos
pilotos na Itália.
“Trinta e um de março de 64... --
As Forças “Amadas” do Brasil estavam em marcha acelerada para salvar o
Brasil... -- Base Aérea de Santa Cruz, a Base Aérea mais forte e mais bem
equipada do Brasil. O Coronel Rui Moreira Lima, seu comandante, decola para
identificar a coluna do General Mourão que estava chegando das Minas Gerais...
Moreira Lima sabia muito bem como parar “colunas”, pois já havia feito isto na
Itália, contra colunas alemãs. Naqueles tempos ele lutava contra o nazismo,
contra o fascismo. Naquela época ele era a favor da democracia... Anos depois,
respondendo à pergunta de um repórter se ele “atiraria” no general Mourão,
respondeu: -- Quando viram o meu avião, foi um verdadeiro “espalha brasa”; “um
verdadeiro pega-pra-capar”... -- Se eu tivesse dado um tiro haveria gente
correndo até hoje... -- Mas o avião estava desarmado... -- Eu fazia um simples voo
de reconhecimento...”. -- Que coisa mais triste, meu Deus! -- Não sei que força
estranha é essa que as alegres esquerdas possuem, forças demoníacas e capazes
de fazer um hoje Major-Brigadeiro, como é hoje o Moreira Lima, descer das suas
consagradas alturas para vir se juntar aos porcos e dizer que é favorável à criação desta famigerada comissão da verdade;
forças capazes de fazer os nossos honrados comandantes se manterem tão calados e tão assim com esse
olhar de lebres assustadas... Tenho o maior respeito por eles, mas sinto também
uma enorme pena de todos eles. Pena por terem eles a obrigação de ser fiéis à
dona Dilma...
Um militar; um comandante de
Força Aérea, de Força Terrestre ou Força Naval tem obrigação de ser leal ao seu
comandante maior; ao “Comandante-em-Chefe”! -- Mas que comandante é essa, uma
ex-guerrilheira e que por isso mesmo torna-se incapaz de sair em defesa de uma
instituição que foi sua inimiga; uma ex-terrorista que foi nossa inimiga num
passado tão recente? E que mente ao dizer que foi por nós torturada? –
Torturada o quê, dona Dilma? – Torturada estão sendo as nossas irmãs e os nossos
irmãos cubanos, nas mãos do Fidel Castro, o amante espiritual dessas suas
alegres esquerdas... -- Como poderá dona Dilma defender uma instituição que --
apesar de todas as agressões que vêm sofrendo ao longo desses últimos anos --
se mantêm nos primeiros lugares perante a opinião pública do Brasil, e por que
não dizer do mundo? -- Como ser possível acreditar que os comandantes dessas
forças hoje tão desarmadas, tão pobres, tão famintas não fazerem nada, nada,
nada vendo o nosso dinheiro se perdendo nas mãos de tanta gente corrupta? Como
é possível manterem-se fiéis à uma comandante assim?
Não se pode ser militar e ser
feliz ao mesmo tempo, neste Brasil tão grande, tão amado e tão traído...
Coronel Maciel.