domingo, 11 de setembro de 2011

DISCOS VOADORES, IARAS E BOTOS...

Muita gente boa continua dizendo que já viu os tais discos. Eu nunca vi, nem nunca vi nenhum desses grandes astronautas, diretores de laboratórios astronômicos com seus possantes telescópios, nem grandes astrônomos dizerem que já viram... O que eles dizem é que é muito pouco provável que só a nossa terrinha seja habitada. E que há sim muitos milhões de planetas habitados neste universo sem fim, mas que é muito difícil vencer distâncias tão grandes. E ainda mais, que vencidas tais distâncias os tais discos fiquem escondidos nos nossos rios, fazendo companhia a botos e jacarés...

Vários amigos meus militares da FAB dizem que já viram  discos saindo apressados das águas do Rio Guamá, ao pressentirem a curiosidade deles, munidos de máquinas fotográficas, possantes binóculos e dezenas de garrafas da saborosa Cerpinha, a deliciosa cerveja dos paraenses... Eu mesmo nunca tive a “felicidade” de ver...

Outras gentes boas, principalmente índios e caboclos da Amazônia acreditam na lenda das “iaras” -- lindas morenas que gostam de ficar deitadas nas areias brancas dos igarapés, sacudindo seus longos cabelos negros, negros como seus olhos. Com sorrisos provocantes e cantando elas seduzem índios, caboclos e até mesmo, dizem, antigos tripulantes dos aviões da FAB... -- Dizem também - mas eu não acredito - que muitos caboclinhos, com a pele morena e olhos azuis, são originários dessas lendárias uniões... Conversando com os meus amigos missionários alemães sobre isso, eles me diziam que as iaras eram “irmãs” das antigas sereias das lendas gregas, modificadas naturalmente pela natureza e o clima equatorial que as fizeram de tez morenas, olhos e cabelos negros, enquanto que as sereias dos mares e climas gregos as fizeram louras e de olhos verdes... O índio, o caboclo -- mas não acredito que até alguns dos nossos tripulantes mais afoitos -- quando seduzidos ficam loucos varridos e que o único remédio é uma boa surra de corda, ou fumigação com alho, pois o cheiro, ainda que seja superstição, espanta os amores das iaras, que não se dão bem com cheiro  de alho, nem de cebola...

Além da crença nas iaras, na Amazônia há também a crença num cetáceo mais conhecido como “boto”. Há os machos e as fêmeas... Os machos seduzem as mulheres, e as fêmeas, os homens... Dizem também que alguns dos mais antigos tripulantes de C-47 e Catalinas da FAB se deixaram seduzir... Não sei, não sei...

Diziam-me também os bons missionários alemães que a lenda do boto se deve a uma antiga tradição na Europa, que atravessando o paganismo grego, atravessou a cristandade, aproximou-se do nosso paganismo, transformado agora no boto, que nada mais é que o golfinho das lendas gregas de Netuno, Anfitrite, Delfos e outros deuses e deusas, e que os marinheiros portugueses transportaram para o Brasil e se espalharam com muita força pelos rios, furos e igarapés amazônicos...

Coronel Maciel.

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