Ricardo lll governou a
Inglaterra de 1483 a 1485. Para tanto, usurpou o trono, matou aliados, amigos,
parentes, faltou com a própria palavra. Sua maldade e cobiça pelo poder
desafiavam qualquer compreensão. Ricardo representa a mais completa hipocrisia
no mundo da política. Mas em combate, seus feitos eram surpreendentes para um
ser humano. Com seu cavalo já morto, ele seguia lutando a pé, a procura do seu
maior inimigo, Richmond. Ricardo morreu gritando:- - Um cavalo! -- Meu reino
por um cavalo!
Naqueles idos de 64 eu
era um tenente-aviador servindo em Pirassununga, na Academia da Força Aérea.
Naqueles tempos eu trocava tudo por um avião. Trocava meu reino por um avião!
Eu gostava muito de ensinar os jovens cadetes a voar; gostava de ensinar a difícil arte de voar missões
militares. Mas nas minhas horas vagas eu gostava também de acompanhar no meu “radinho
de pilha” os rumores da revolução que se aproximava; as ameaças que o Francisco
Julião, líder das ligas camponesas, embrião do atual MST, fazia.
As lideranças políticas daquela época eram
carismáticas:- - Lacerda, Brizola, Prestes, Jânio, todos na expectativa de se
tornarem presidente, não percebiam que a “ditadura” se aproximava, nem tinham
noção da sua grandeza e nem da sua profundidade.
Veio a revolução (e
quantas vezes nós ficamos de prontidão, guarnecendo a pequena hidroelétrica
existente na “Cachoeira das Emas!) e logo começou a luta pelo poder pelas
esquerdas malucas, à semelhança de Ricardo lll. Dona Dilma, por exemplo,
pertencia à VAR-Palmares, um grupo dedicado a ações terroristas. O que é que a
VAR-Palmares fazia? -- Fazia tudo aquilo que Ricardo lll fazia para conquistar
o reino da Inglaterra. Dona Dilma, além de autora intelectual dos crimes, era
também participante ativa das ações criminosas.
Hoje dona Dilma é quem
manda: falou tá falado, não tem discussão! É ela quem comanda (ou será o
Lula?). Tem as Forças Armadas nas palmas das mãos. As Ligas Camponesas se
transformaram em violentos movimentos sociais, prontos para incendiar o Brasil
ao primeiro toque de reunir do Lula; hoje as esquerdas não estão mais tão
malucas como eram nos seus primórdios. Hoje elas têm uma estratégia muito bem definida, com
grandes corruptos ocupando os melhores cargos nos três poderes. Não estão
perdidas e flutuando feito “bosta” ao sabor das ondas. Nem são prisioneiras de
desejos táticos. Hoje elas têm completo domínio da grande mídia, tão grande
quanto serviçal. Têm completo apoio da classe média alta, enriquecida cada vez
mais pelos juros astronômicos.
Mas, pergunto eu: -- O
que será, que será?
Que andam suspirando
pelas alcovas...
Que andam sussurrando
em versos e trovas...
Que andam combinando no
breu das tocas...
Que anda nas cabeças, que
anda nas bocas...
Que andam acendendo
velas nos becos...
Que estão falando alto
pelos botecos...
(Por onde a Chico
Buarque, hein?)
Coronel Maciel.