domingo, 31 de julho de 2011

OS "ROUXINÓIS DO RIO NEGRO".

Quantas e quantas vezes, mecânicos, rádios telegrafistas, pilotos, todos nós que fazíamos parte das tripulações dos aviões do Primeiro Esquadrão de Transporte Aéreo sediados na inesquecível Base Aérea de Belém já pernoitaram nas antigas missões dos padres “Salesianos”, ao longo do majestoso Rio Negro. Naquela minha época havia o trinômio FAB – MISSIONÁRIOS -- ÍNDIOS. Hoje nem sei se essas missões ainda existem. O trinômio não existe mais...  Hoje me parece que está tudo dominado... Dominado pelas tão “famosas” ONG’s... – “Visitem a Amazônia, enquanto ela (ainda) é nossa...”.

Após o café da manhã, antes de partir, o comandante do avião era solicitado pela madre superiora a escrever alguma coisa sobre aquele pernoite; um agradecimento qualquer pela simples, mas sempre amiga acolhida. Uma simples mensagem; qualquer coisa assim...

Lembro-me daquele dia que pernoitamos em Iauaretê.  Iauaretê era uma linda cidadezinha, uma pequenina pérola situada bem no extremo noroeste do estado do Amazonas, numa região conhecida como “Cabeça do Cachorro”, devido à semelhança formada pelos limites do Brasil com a Colômbia se parecer com a cabeça de um cachorro.  É lá que os “Rouxinóis do Rio Negro” constroem seus ninhos...  Com suas penas mais negras que as asas das graúnas... Com suas penas douradas que lhes cobrem o papo...  Ficam tão mansos quando acostumados com seus donos, que voam para as árvores frondosas, mas depois voltam, ao primeiro chamado do seu dono... Os nossos aviões também eram assim, como aqueles rouxinóis... -- Voavam, voavam, voavam e depois voltavam ao ninho antigo... Mas alguns não voltavam... Alguns não voltaram, jamais...

Pois bem. -- Naquele dia a nave americana “Columbia” havia sido lançada ao espaço sem fim. – Foi então que eu, aproveitando aquela “deixa”, escrevi a seguinte mensagem no famoso “Livro das Freiras”:

“—Neste tão lindo dia em que a nave Columbia realiza o seu segundo vôo orbital em torno da terra, outra nave, muito mais velha, mas muito mais querida, estará também cruzando os céus amazônicos, transportando em suas asas prateadas as cargas divinas da esperança... Estaremos transportando as esperadas correspondências; os bilhetinhos; as cartas de amor; os remédios tão esperados, os médicos, os dentistas, os jornais, as velhas revistas para serem distribuídas pelas comunidades ribeirinhas ao longo do Rio Negro, e deste majestoso Rio Uaupés, comunidades tão carentes das novidades das cidades grandes...”.

 (E, como todo aviador tem sua veia romântico-poética, “solenizei” aquela “despedida” com os seguintes versos, que me veio bem na hora...)

     “E a nave Columbia,

      Lá do alto, lá do céu,

      Não se cansa de dizer:

      Oh Dakota, meu irmão!

      Que sejas sempre fiel

      Ao Major Maciel

      E sua tripulação...”.



Tudo fazendo parte das sadias brincadeiras que fazíamos naqueles velhos tempos sobrevoando a imensa, linda e verdejante floresta amazônica...



Coronel Maciel.










sábado, 30 de julho de 2011

MEU PRIMEIRO VÕO SOLO.

Lembro-me como se fosse hoje... Foi num dia de dezembro de 1959. Fazia um sol quente daqueles, naquele meu grande dia.  Logo depois do almoço decolei da pista 17 -- a “caveirosa” -- lá no já lendário “Campo dos Afonsos” no Rio, onde tantos cadetes foram imolados na busca do mais empolgante de todos os ideais, a aviação.

Livrando dos morros e dos urubus que me olhavam assustados -- tec-tec-tec -- lá ia eu, muito feliz da vida, e me sentindo o mais novo “Dedalus”, aquele famoso Deus da mitologia grega. O avião era um “elegante” Fokker T-21... Obedecíamos “cegamente” às luzes enviadas pela TAF, a torre dos Afonsos, pois o avião não possuía rádio para comunicações bilaterais com torres de controle. Muitos não conseguiam “voar solo”, e foram desligados... As normas exigidas para piloto militar eram rigorosas. Quantas esperanças perdidas... Alguns foram aproveitados pela aviação civil; outros, pela Petrobrás. Outros, pelas Polícias Militares de vários estados. Os desligamentos eram os “fantasmas” que nos acompanhavam durante todo o curso de Oficiais-Aviadores... Ser considerado apto para “solar o avião”, era o tão esperado “passaporte” para ingressar na Escola de Aeronáutica; sendo promovido de aluno de Barbacena, para Cadete do Ar.

Fui indo, fui indo; foram deixando, deixando, até que cheguei a Coronel-Aviador, hoje na reserva ganhando menos que um ascensorista do senado federal, proventos que tem gente dizendo que eu “choro de barriga cheia”... Feliz é o pobre que está satisfeito com o que tem... rsrsrsr.

Coronel Maciel.   

quinta-feira, 28 de julho de 2011

"MACETES" PARA QUEM QUISER SE TORNAR UM GRANDE PILOTO...

Não basta um piloto ter dez, quinze, vinte mil horas de vôo, para ser considerado um bom piloto. Não! -- Muito mais importante; o que realmente interessa é que na hora “H”, na hora do alerta vermelho, na hora do perigo, com o “olho da bruxa aceso”, ele mantenha a calma, mantenha o sangue frio... Da mesma forma que de nada adianta um piloto fazer outros tantos pousos perfeitos; “pousos manteigas”, como são conhecidos nas “gírias” aeronáuticas. É o pouso que os passageiros mais gostam e batem palmas, dando vivas ao comandante... Mas o primeiro pouso errado, o primeiro “vacilo” pode ser fatal, como foi, infelizmente, o caso da TAM, em Congonhas.

E melhor ainda:- - Que ele saiba contornar, que saiba evitar o perigo. Saiba contornar os grandes CB’s que “passeiam”, às vezes de mãos dadas nas frentes intertropicais.  E que ele seja competente! – Competente sempre; sempre competente! E que mantenha esta competência mesmo quando resolva, por exemplo, “forçar ponto crítico” num procedimento de descida por instrumentos, optando por um perigoso “cisco”, que é um vôo baixo, rasante, em condições meteorológicas adversas, obrigado muitas vezes a fazê-lo por circunstâncias alheias à sua vontade. Tomada esta decisão, o piloto não pode mais tremer. -- Se tremer, vai morrer...

É muito fácil voar. E com céu azul, com céu de brigadeiro até minha “avó” voa bem, ainda mais hoje, com esses incríveis “avionics...” para ajudar. Já voei com pilotos metidos a bonitões, fortões, olhos azuis, mas que na hora do perigo, de fogo no motor, se borravam todo... Hoje já temos mulheres pilotando aviões na FAB; não sei como elas se comportariam quando (digo isto em tom de brincadeira...) aparecer alguma barata na cabine... Os mecânicos, coitados, suavam quando eram escalados para voar com “certos pilotos”. Na FAB havia (não sei se hoje ainda...) alguns pilotos conhecidos como “antiaéreos”. Acredito que em outras Forças Aéreas também existam.

Em qualquer profissão existem os bons e os maus profissionais. Estudam muito, se esforçam muito, dão tudo de si, mas nunca se convencem que não nasceram para a profissão que escolheram... Entre os médicos neurocirurgiões, ou de olhos, existem aqueles conhecidos pelos colegas como “mãos de vaca...” rsrsr



Coronel Maciel.



PS:- - Aproveito para mandar um grande abraço aos oito amigos seguidores do meu BLOG. E agradecer aos 1500 visitantes, em pouco mais de uma semana de uso...


quarta-feira, 27 de julho de 2011

CONVERSANDO COM OS MEUS BOTÕES.

Gosto de conversar com eles. Com os meus velhos e quebrados botões. Eles têm ótimas idéias. Idéias tão boas que, certa vez, me deram 15 dias de prisão; prisão "sem fazer serviço" por haver dito umas boas verdades que irritaram o Sarney, na época do seu Plano Cruzado...  

Ontem (esta crônica eu escrevi antes da eleição da dona Dilma...) eles me diziam, cheios de malícias:-- Quanto mais vocês massacram o Lula, mais ele sobe nas pesquisas. -- Por que vocês não se juntam logo a ele, pô? -- Será que para vocês, militares sem esperanças, não é bem melhor o Lula? – O Lula é muito mais sujeito a ceder às pressões sociais do que o Zé Serra, que é muito amigo daquele outro, o FHC -- aquele que passou oito longos anos gozando “ocês”... O Lula é imbatível; o povão está todo com ele; fiquem também com ele, pô! O povão, os pobres, os esfomeados, são também como vocês. -- O que eles querem mesmo é quem lhes mate a fome. A fome é cruel... E qualquer tipo de bolsa... Daí o sucesso do Lula. Bolsas que lhe deram um curral eleitoral de mais de sessenta milhões de votos... O povo não está interessado em desenvolvimento. Vocês, em 64, tentaram consertar, mas não conseguiram... -- Quase conseguiram, é bem verdade, mas houve tanto “pé contrário” que vocês acabaram dando com os “burros n’água”. -- E como vingança os teus  inimigos,  agora encastelados no poder, estão aí “botando prá quebrar, em cima vocês”; botando vocês para morar em favelas, junto aos piores bandidos! Juntem-se logo ao Lula, que se parece muito com aquele outro presidente famoso, o Getúlio, que diziam ser um bom caçador, e que ruim mesmo era a cachorrada que o acompanhava. Mas vocês não são cachorros não!  

Ou então façam o que muitos já estão querendo, sonhando, pedindo, implorando. -- Outra revolução! Outra revolução salvadora! -- Mas desta vez botem mesmo prá quebrar; nada de ficar passando pano quente em bunda de bandido... E mesmo sabendo que a melhor das ditaduras é pior que a pior das democracias, como dizia aquele velho ministro inglês, o Churchill, aquele que estava sempre com um charutão na boca e generosos copos de uísque na cabeça!

Surpreso, fiz calar os meus botões... -- Outra revolução?  – Não, não...-- É melhor deixar mesmo como está para ver como é que fica... rsrsrsr


Coronel Maciel.






BATAM PALMAS COM VONTADE!

Acho que a “dona Dilma” estaria muito certa, isto na minha modesta opinião (não votei nela...) se, num gesto ousado e de extrema grandeza desse “última forma” nesta “palhaçada” do Brasil querer sediar a “Copa do Mundo” e as próximas Olimpíadas... Gastar um dinheirão, quando temos coisas muito mais urgentes e importantes a fazer, para depois deixar entregues às baratas os grandes estádios e toda infraestrutura, como está acontecendo na África do Sul... O Brasil não está em condições de sediar nem campeonato mundial de “pelada de praia”.

Melhor seria, com este dinheirão todo, preparar nossos atletas dando-lhes condições para ganhar medalhas de ouro nas grandes competições internacionais, e deixarmos de ser sempre e para sempre um “país grande”, sem medalhas, para sermos um “grande país” cheio de medalhas de ouro, isto em todos os ramos do saber, inclusive o aeronáutico... E seguirmos o exemplo dos nossos atletas militares, “campeões mundo” no recente “Jogos Mundiais Militares” -- Estes, sim! -- Merecem todas nossas palmas! Palmas para eles, que eles merecem...



PS:- - Aproveito a ocasião muito oportuna para esclarecer o que houve realmente quando fui convidado para assumir a Seção Administrativa do SRPV-2. Na ocasião recebi instruções para resolver, ou tentar resolver, um problema crônico que se prolongava há muitos anos naquele importante órgão de Proteção ao Vôo. Havia, não sei se hoje ainda há, uma verdadeira “máfia das diárias”. Militares destacados, (nem todos, nem todos...) revezavam-se em passar dez, quinze, vinte dias na sede em Recife, para tratar de “assuntos particulares”. Sabíamos das dificuldades que os destacados tinham; mas as coisas estavam acontecendo demais... Foi quando eu recebi instruções para meter um pouco de ordem naquela “orgia”, o que provocou a ira de alguns, esses que agora estão me chamando de “perseguidor da sargentada”. Havia também exageros em transferências combinadas de um destacamento para outro, visando recebimento de “ajudas de custo”. Foi o que realmente aconteceu... Por isso agora estas chuvas e trovoadas em cima de mim... É o que dá mexer em formigueiro... rsrsrs



Coronel Maciel.                   








segunda-feira, 25 de julho de 2011

NÃO SABIA DO "PERIGO" DE SE CRIAR UM BLOG...

Meus amigos: depois de muito pensar, pensar; naquele vou, não vou; faço, não faço... Resolvi fazer. Fazer um BLOG. Com a ajuda do meu neto, que é muito inteligente (vocês conhecem algum neto que não seja “muito inteligente”? rsrs) E atendendo também a sugestão de uma grande e “virtual” amiga que gosta “muito” dos meus artigos (só pode ser brincadeira...).

Para mim BLOG é um mundo desconhecido... “Ares” nunca dantes navegados... E o homem, como vocês sabem, tem medo do desconhecido... Disse-me ela que o meu será “muuuuiiito” diferente. Diferente porque nele só haveria artigos meus; escritos tanto pela minha mão “esquerda”, como pela mão “direita”, essa às vezes mui pesada... E acho que estão gostando; em apenas uma semana já foram mais de 1.200 visitas... O que pode estar provocando certa  “ciumeira” por aí...rsrsr.

Mas também fui alertado do perigo de abri-lo para ser comentado por todos; tanto por amigos, como por “inimigos”... Cuidado com os inimigos -- fui alertado... rsrsr

Eu sei; todos nós sabemos, o quanto é perigoso externar nossos sonhos, nossos ideais, nossos sentimentos e correr o risco de ser apedrejado, como seria Madalena, não fosse a pronta intervenção de Jesus Cristo... Oscar Wilde, que vivia sob o eterno temor de não ser “incompreendido”, gostava de dizer, dirigindo-se muito sutilmente aos seus “inimigos”:-- – “Uma rosa vermelha não é egoísta por gostar de ser vermelha; mas seria muito egoísta se quisesse que todas as rosas fossem vermelhas”...

Coronel Maciel.




O CASO DO SARGENTO BERENALDO.

Dizem que duas grandes decepções na vida são:- - Uma, conseguir o que se quer; outra, não conseguir... É por isso que nunca se esquece a mulher que nunca nos quis... rsrsr

Berenaldo era um Sargento rádio-telegrafista que servia no Destacamento de Proteção ao Vôo em Parnaíba. Ele sonhava, assim como todos nós sonhamos, em acertar na loteria... Naquela época não havia a “Mega-Sena”. Só havia a recém-criada loteria esportiva. E o Berenaldo acertou sozinho o grande prêmio... Foi assim que ele me contou como fez para acertar “sozinho” os três cartões:- - Preencheu-os somente com o que ele considerou como sendo grandes “zebras”; depois foi enxertando os cartões com os palpites considerados lógicos. E no domingo à tardinha foi ouvir o resultado dos jogos no seu radinho de pilha, numa das belas praias de Parnaíba; olhando esperançoso lá longe, onde as paredes do céu se encontram com as águas verdes e bravias do oceano... E foi acertando, acertando, acertando e quando viu, estava rico! E ponha rico nisso... Ganhou mais ou menos o que representa hoje uma mega-sena acumulada!

Na época eu era Major- Aviador e servia no Serviço Regional de Proteção ao Vôo, SRPV-2, em Recife, a minha querida “Veneza Brasileira”. Dizem que o Berenaldo quando se viu assim tão rico, “ensandeceu” -- como dizia o nosso grande Machado de Assis nos seus lindos versos, a “Mosca Azul”... Saiu pagando as dívidas dos seus amigos militares que serviam no Destacamento. E foi se meter no ramo de supermercados, em Teresina, quando fez então a sua primeira grande “asneira”; -- trocou de madame; deixou a sua antiga e fiel companheira, que entrou na justiça e levou grande parte da sua grande “sorte”... Berenaldo  era muito bom no “dididadá” das antigas teclas de telegrafia, mas não era nada bom em finanças; em tratar com tanto dinheiro. Mas antes de fazer outras “coisas”, Berenaldo sumiu; entrou em "destrefa”; simplesmente desertou... Resolveu se apresentar depois de várias semanas, na sede do SRPV, que ficava numa área dentro da Base Aérea de Recife. Chegou todo nos "trinques". Paletó branco todo engomado, sapatos pretos de verniz, unhas bem tratadas, um perfeito turista internacional; um verdadeiro paisano... Convidei-o para um cafezinho, e fiquei admirando uma pessoa que, de repente, ficou milionário. Muito rico mesmo. Berenaldo sempre foi uma ótima pessoa; muito ingênuo e muito humano. Entrou no meu gabinete, sentou-se, e foi logo me dizendo:- - Major Maciel, vim pedir minhas contas da FAB... Mas antes ele me perguntou:- Major Maciel, o senhor está precisando de alguma ajuda? – Eu agora sou um homem rico... Eu respondi, também brincando:- - Mas primeiro -- sargento Berenaldo – considere-se preso! -- Você vai responder processo por crime de deserção... Mas a “mamãe” FAB poderá facilitar muito sua nova vida de milionário, caso você entre de Licença Especial, a partir do dia da deserção, coisa que eu já falei com o Brigadeiro e ele concordou. -- Isto para quebrar seu galho, eu disse brincando... E ainda lhe disse que esta era a sua melhor opção. Passar seis meses estudando a melhor maneira de aplicar tanto dinheiro. Mas de nada adiantaram os meus conselhos. -- Berenaldo nos disse adeus e partiu... -- Partiu, mas parece que não foi feliz. -- Afeito a só "martelar" no aparelho de telegrafia perdeu tudo. Assim fiquei sabendo, pois nunca mais o vi. -- Alguém sabe por onde anda o nosso grande amigo, o sargento Berenaldo?



Coronel Maciel.

domingo, 24 de julho de 2011

FINS DE SEMANA EM BARBACENA.

Sábado era um grande dia na Escola Preparatória de Cadetes do AR, minha querida EPC do AR! – pois era o dia de licenciamento para 800 alunos, jovens de 14, 15, 16 anos, adolescentes que, após uma semana inteira de severa rotina; de estudos matemáticos, física, química, ordem unida, "sugatória”, o apelido das puxadíssimas seções de educação física -- eram liberados para "espairecer” um pouco na bela cidade das rosas; na bela Barbacena, "meu amor"... As rosas eram também suas "meninas", que não eram tantas para tantos alunos, e por isso mesmo disputadíssimas, tanto pelos alunos, como pelos rapazes da cidade... E o choque era inevitável... As brigas por “motivos passionais” eram muitas; renhidas lutas... “E as mulheres, como sabemos, conseguem transformar os homens em verdadeiras feras” rsrsr...
Estava eu tirando serviço “Oficial de Dia”, num daqueles dias frios de junho de 1966, quando fui informado que a coisa estava “esquentando” na cidade, pois um dos rapazes, filho de "tradicional família mineira”, estava de arma em punho ameaçando alguns dos "nossos”, na saída de um clube. Apaziguado os ânimos, encaminhamos o rapaz à sua casa, solicitando ao pai que levasse o menino no dia seguinte à Escola, pois seria instaurado competente "IPM" para apuração do caso... É bom lembrar que estávamos em plena “Ditadura” rsrsrsr...

Mas na realidade o Brigadeiro Camarão, Comandante de Escola, queria somente dar “um susto”, umas aulas de “bons costumes” para aquele, aliás, bom rapaz, um jovem de muito boa família Barbacenense. Naturalmente que os outros rapazes da cidade ficariam sabendo... As brigas estavam se repetindo perigosamente, e antes que alguma pior acontecesse, era melhor dar logo um bom susto na rapaziada... Mas tudo sem violências.
Pois muito bem. O “menino” passou conosco uma semana, hospedado no nosso cassino, quando lhe foi possível observar o quanto era diferente a rotina dos nossos alunos, comparado com a sua boa vida em casa... Seus pais estavam autorizados a visitá-lo, a hora que bem quisessem, de dia, de tarde ou de noite... Após uma semana de "aulas", de muitos conselhos, ele foi liberado "são e salvo”... O pai e a mãe quando foram recebê-lo -- por incrível que pareça -- muito nos agradeceram. E numa conversa informal eles me disseram das enormes dificuldades que tinham para educar aquele querido “filho único”, um tanto quanto rebelde... Um bom susto, umas boas palmadas, uns bons “puxões de orelha” – nos ensina mais que todas as escolas do mundo reunidas. Nos ensina a ser melhor ou pior ao mesmo tempo; nos ajusta aos limites o senso de justiça...

O Brigadeiro Camarão aproveitou para dizer aos agradecidos pais na saída do nosso “presídio” que nós também tínhamos alguns problemas para educar os “nossos" 800 filhos... E que educar “800 filhos” é muito, mas muito diferente que educar um filho apenas...
Um pai precisa ser muito esperto para saber que tipo de "filhos" ele tem em casa... rsrsrsr.



Coronel Maciel

sábado, 23 de julho de 2011

PERIGO NO AR...

No dia 17 de Dezembro de 2005, era um sábado, publiquei um pequeno artigo, num pequeno jornal aqui de Natal, fazendo uma espécie de alerta às nossas autoridades; dizia eu: -- “Pressões por todo o lado; a recém-criada Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) está sendo cobiçada por políticos de todas as cores, principalmente as cores vermelhas, sem o necessário preparo e conhecimentos técnicos”. A Força Aérea Brasileira (FAB) pretendia que a Diretoria fosse ocupada por Brigadeiros familiarizados com o assunto, pelo menos no início. Mas perdeu...

                      Logo, logo estarão também cobiçando a direção do nosso Sistema de Controle do Tráfego Aéreo, orgulho da nossa Força Aérea, e considerado um dos melhores do mundo. É preciso muita cautela, muito cuidado para não transformar esse melhor, num pior, igual ao que foi transformado o trânsito nas ruas das nossas cidades e estradas abandonadas. Avião não é caminhão; e se assim for considerado, logo estaremos vendo aviões dando trombadas nas nossas aerovias. Do alto a queda é grande...

Logo depois começaram os grandes e dolorosos acidentes aéreos no Brasil...



Coronel Maciel.

                      

                    

                      

                      

                     




sexta-feira, 22 de julho de 2011

SERÁ QUE FOI UM GRANDE EU TER NASCIDO UM MILITAR?

 Hoje eu acordei pensando se não teria sido um grande erro eu ter nascido militar. Se não teria sido melhor, muito melhor se eu tivesse seguido a lucrativa carreira de “terrorista”? -- Ah! -- Com certeza eu estaria hoje gozando as delícias de estar no topo da lista dos mais bem sucedidos na vida. De ser um “número um” neste Brasil, tão grande, tão amado, tão traído e hoje tão cheio de fezes... -- Não estaria sendo acusado de torturador, de boçal torturador, como estão ensinando nas escolas, onde estudam os nossos filhos. Sendo acusado em todos os lugares, por tantos defensores de direitos humanos (?). Mas vejam vocês: sempre que as coisas começam a ficar preta, como está acontecendo agora; quando a fedentina começa a incomodar, começa a “caça às bruxas”; caça aos militares. Parece que ficam com medo que os militares voltem. Que os militares voltem para meter novamente um pouco de ordem neste poço de lama, de corrupção que virou o nosso pobre Brasil... -- Mas não precisam ficar mais esquentando a cabeça; não! -- Felizmente estamos “vacinados”, e muito bem vacinados... -- Graças a Deus!

Mas são por essas e outras que às vezes eu fico pensando:- - Mas ah se eu fosse um deles! Com certeza estaria hoje chefiando alguma dessas Comissões de Desaparecidos Políticos. Chefiando algum Ministério. Estaria distribuindo polpudas indenizações a inocentes coitados, “brutalmente torturados pelos gorilões verde-oliva, nos ‘DOI-CODIS’ da vida”... Nos “porões da ditadura” como costumam nos ofender. Porões aonde na realidade só iam uns pobres coitados apavorados com a realidade nua e crua das guerras. -- Onde só iam pobres crianças arrependidas por terem sido manipuladas, traídas, seduzidas pelos líderes carismáticos muito bem treinados em Cuba. Porões aonde só iam ingênuos adolescentes criminosamente usados para “buchas de canhão” -- pois as esquerdas sempre precisaram de “mártires”, de estudantes mártires, úteis à propaganda das suas causas – Eram uns inocentes úteis, “enfants terribles” que não tinham consciências do que fosse uma condição de guerra, dos riscos pessoais que uma guerra acarreta. Viviam sonhos inocentes de adolescentes, entre nuvens de maconha, drogas marxistas, perfumados charutos cubanos. Amantes espirituais de Che-Guevara, eles viviam suas fantasiosas ações terroristas, bravuras inconseqüentes, sacrifícios heróicos, que logo se derretiam, desmoronavam-se ante o choque com a realidade inexorável das guerras; realidades que lhes eram sutilmente escondidas, por seus cruéis dominadores. Ensinados, doutrinados a serem guerrilheiros duros, mas somente quando na frente de civis fracos e desarmados. Ou de inocentes sentinelas...

Na verdade eles nunca foram torturados naqueles lugares pejorativamente chamados de “porões da ditadura”. -- Era o medo; era o medo, sim! -- Era o medo que bastava para se “cagarem” e soltarem as línguas, dedurando pais, mães, irmãos, amigos, companheiros, namoradas; fornecendo nomes, apelidos, planos, tudo para livrarem a própria cara, como fez o Genoíno e tantos outros que andam por aí posando de “democratas”. -- Alguns, de perfil depressivo, arrependidos dos seus perjuros, praticavam o suicídio.  Os manipuladores; os autores intelectuais dos seus crimes estavam gozando as delícias de serem valentões sentadinhos nos “cafés de Paris”, ou bebendo vinhos chilenos, sempre a uma cuidadosa distância das ações e dos perigos...

Errei em ter nascido militar; deveria ter nascido um desses terroristas que nunca irão parar de mentir, denegrir, solapar as bases das nossas humilhadas, desprotegidas, mas sempre dignas Forças Armadas!



Coronel Maciel.                                                 




EU SABIA QUE VOCÊS VIRIAM...

Já fiz várias vezes a rota Jacaré-Acanga – Cachimbo. Mas somente em vôo visual diurno. Voar noturno sobre a densa floresta amazônica era muito perigoso. Hoje nem tanto. Mas naquela época, fazer o trajeto de C-47, não era nada agradável...  As distâncias entre as cidades são enormes; e não podíamos contar com o auxílio dos fabulosos GPS. Contávamos somente com o auxílio dos rádios faróis, nem sempre confiáveis, principalmente à noite, quando mais se precisa...

Mas foi num dia de junho de 1967, que o Destacamento de Proteção ao Vôo de Cachimbo, no sul do Pará, sofreu ameaça de invasão por cerca de 100 índios. Os militares da FAB ali destacados pensaram que era um ataque iminente, e solicitaram reforço urgente de Belém, sede da então Primeira Zona Aérea, de onde eram enviados suprimentos materiais “e humanos” para dezenas e dezenas de outros destacamentos, situados na imensa região amazônica.

 Bom. – Mas o que eu queria lhes contar, rapidamente, foi o desencadeamento de uma grande tragédia, que culminou com a morte de 20 pessoas e o resgate de 5 sobreviventes... De Belém partiu um C-47 com uma tropa armada de 23 militares, mais um índio aculturado. Não vou agora descrever as polêmicas que se criaram se o Brigadeiro Comandante da Primeira Zona Aérea deveria ou não ter autorizado a decolagem de Belém para Jacaré, e de lá para Cachimbo, este trecho totalmente em “vôo por instrumentos” noturno, com equipamento de navegação apresentando “panes intermitentes”. Mas, era uma missão considerada “missão de guerra”...

Prevendo problemas, decolaram de Jacaré para Cachimbo “full tanques”, o que dá uma autonomia de umas oito horas. Após o tempo estimado de vôo, não conseguiram avistar, nem conseguiam receber os sinais do rádio farol de Cachimbo. Fizeram o procedimento previsto para o caso,  abrindo para um “Quadrado Crescente”, mas sem nenhum sucesso...  Resolveram então regressar para Jacaré. E não conseguiram também nem avistar, nem receber os sinais do rádio farol de Jacaré. Estavam “perdidos” e “mal pagos”... A tendência para quem se perde, principalmente na Amazônia, é perder-se cada vez mais... E foi o que aconteceu... Aproaram Manaus, na esperança de “se acharem”... Mas nada de Manaus chegar... Quando se está perdido, sente-se um gosto de merda na boca... Com todo “pleonasmo” mesmo... É horrível... Voaram, voaram, voaram e foram cair devido “pane seca” num lugar que o SALVAERO, o serviço de “Busca e Salvamento” da FAB, nunca poderia imaginar. Perto de Tefé. Foi realizada uma das maiores operações de Busca e Salvamento já realizadas no mundo, que perdurou por vários e longos dias... Os cinco sobreviventes contam que os “urubus-reis”, enormes urubus de cabeças vermelhas, depois de gastos todas as munições para espantá-los, comiam as carnes dos que iam morrendo... E quando foram finalmente salvos, eles choravam e gritavam: -- “Nós sabíamos que vocês viriam”...

Nem sempre se pode “voar” e ser feliz ao mesmo tempo...

Coronel Maciel.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Vale a pena LER de novo...

Este artigo foi escrito quando da passagem do furacão “Katrina”, aquele que quase risca do mapa a bela “Nova Orleans”. Relendo hoje, resolvi republicá-lo exatamente como foi escrito, em setembro de 2005.

                                                O furacão Katrina.

Para minimizar os efeitos de tão catastrófico e “certeiro” – dirão os militantes Islâmicos – furacão Katrina, os americanos recorrem às suas Forças Armadas. Os nossos “irmãos do norte” pareciam estar predestinados a uma estabilidade territorial tão afortunada, quanto o permite a instabilidade das coisas da natureza e das coisas humanas. Agora estão vendo que os furacões estão aí: tanto os “Islâmicos”, quanto os outros. Inelutáveis.

O Brasil também sofre as conseqüências de furacões classe 5: são os “furacões políticos”. Estes cíclicos, como convém à países subdesenvolvidos. E as nossas Forças Armadas também costumam ser acionadas, como aconteceu em 1964.

Perguntam-me novamente os meus amigos:- - Não seria necessário mais uma intervenção, coronel? – Sou contrário, respondo. Já sofremos e continuamos a sofrer as injustiças, as incompreensões daqueles que sempre foram contra as coisas das casernas, embora saibam que nossos ideais sempre foram os ideais da justiça, da honra, da dignidade, da liberdade; os ideais da Pátria. Já sofremos muito; nossas famílias mais ainda, por parte das esquerdas; são inúmeros. Bem como a eterna censura daqueles que se dizem “democratas”. – Lutamos contra os “porões da ditadura”, costumam nos ofender.

Mas, como insistem em seus apelos, eu lhes digo: -- Só fizermos como fez Fidel Castro, o amante espiritual das esquerdas furiosas. Mas, como? – Ora, fácil: construindo-se um imenso “Paredón”; proporcional ao construído em Cuba. Se tivéssemos agido assim, com certeza não estaríamos sofrendo as conseqüências dos mais funestos furacões: primeiro, a baderna econômica do furacão “Sarney”; depois o furacão “Collorido”; depois o mais elitista e entreguista de todos, o furacão ‘FHC”; e agora o furacão “Lulita”, de conseqüências imprevisíveis...

Todos culpados; todos corruptos.

Coronel Maciel.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Amenidades...

Voando solo, olhando as estrelas...

Antigamente, nos velhos tempos da aviação romântica, nós realmente pilotávamos os aviões... Hoje não; hoje os pilotos simplesmente monitoram os computadores de bordo. E estes, sim, são seus verdadeiros e “ilegítimos” pilotos. Antigamente havia de tudo nos aviões:- - piloto, copiloto, “engenheiro de vôo”, radiotelegrafista, navegador, artilheiro de cauda, de nariz, operador de radar,  bombardeador; as vezes até capelão rsrsr...  Era tanta gente nos aviões, principalmente nos aviões de bombardeios... -- B-17, B-26, B-29, o “Enola Gay” do coronel Paul Tibbets, o que lançou a bomba atômica sobre Hiroxima... Hoje, não; os pilotos fazem tudo isto, e bem melhor. O GPS, o Transponder, ILS, as bombas e os mísseis guiadas a “laser”, ajudam, e ajudam muito.  Os rádios dos aviões hoje falam com o mundo inteiro... Quanta diferença daqueles tempos do “dididada” dos sinais telegráficos...

 Quando eu era tenente “pica fumo”, passava horas, dias, meses, anos dando instrução de vôo no estágio avançado para os cadetes do último ano, em Pirassununga. Eram quatro, às vezes cinco duplos por dia, ensinando loopings, tunôs, todos os tipos de acrobacias; ensinando vôo de grupo, no dorso, noturno, todos os tipos de aproximações para o pouso... Ensinávamos e aprendíamos ao mesmo tempo... Aprende-se muito ensinando os outros a voar; temos que estar sempre muito atentos; qualquer descuido pode ser fatal; não é como ensinar alguém a dirigir carros...

E quem voasse mais tinha como prêmio pegar o “seu T-6”, e ir passar o fim de semana na sua cidade preferida... Como a “minha namorada” (estou preso nos seus encantos há mais 45 anos... rsrsr) morava em Natal e era para lá que “aproava” o meu avião uma vez por mês; ou de dois em dois meses... Decolava de Pirassununga logo após o término do expediente de sexta feira.   A única condição era estar pronto para o serviço, na segunda pela manhã... A viagem era longa e cansativa, pois tinha que voar “noturno” e sozinho no meu vagaroso T-6, que não puxava mais do que 140 milhas, mais ou menos 240 quilômetros por hora... Para matar o sono, pernoitava alguns “minutos” em Ilhéus. E decolava bem cedo para almoçar uma gostosíssima carne de sol em Natal.

Hoje estou aqui a lhes contar essas amenidades, essas recordações sempre ligadas aos ares azuis do céu do meu Brasil...  Ora voando a favor, ora contra os ventos; ora olhando a lua, o olho frio dos céus... Ora “namorando” as Plêiades, as sete irmãs da constelação “Touro”...  A Aldebarã ... A Belatrix...  As Três Marias, no cinturão do Orion... A Sirius, A Canopus...  Mas como tudo aquilo me embriagava com sua beleza. Por alguns momentos esquecia-me de mim mesmo; esquecia-me até da minha própria vida; sentia-me livre e como que dissolvido no vento e nas águas das chuvas... Quantas vezes eu colocava a mão para fora da cabine, e os pingos mais pareciam alfinetadas. Recolhia um pouco daquelas águas geladas e passava no rosto, para espantar o sono... Sentia-me livre e além, muito além dos temores pequeninos e das mesquinhas ambições humanas... O meu piloto automático era as minhas mãos já cansadas, mas segurando firme o “manche” do meu às vezes nervoso avião...

Sempre gostei de voar solo, de me sentir livre e independente; cada vez mais individualista, como sempre gostei de ser...

Coronel Maciel.

Sem as Forças Armadas não haveria democracia no Brasil...

Sem as Forças Armadas não haveria democracia no Brasil.

Uns achando que as Forças Armadas devem posicionar seus aviões,  tanques, fuzis e canhões para a “guerra interna”, pois “nossos filhos estão morrendo todos os dias e as polícias não estão dando conta do recado”... Outros achando que não compete às Forças Armadas colocar seus integrantes em cada esquina para separar brigas de marido e mulher ou de vizinhos ou de traficantes e usuários de drogas; que isso é tarefa das Polícias... Outros dizendo que as missões das Forças Armadas estão expressas na Constituição, nos parágrafos sobre a destinação das nossas Forças Armadas. Outros dizendo que o povo brasileiro não pode se dar ao luxo de pagar caro para que os militares fiquem dentro dos quartéis, treinando para uma hipotética guerra, embolorados em aulas de uma guerra virtual e distante, deixando a população entregue “às baratas”... Outros dizendo que as Forças Armadas já voltaram de há muito para dentro dos quartéis; e outros dizendo que não existe essa história de “volta para os quartéis” -- ou “para que militares?” -- mas que também não é possível que eles fiquem agora “na sombra e água fresca”, assistindo “o circo” pegar fogo e desejando que tudo “se exploda”. Outros querendo de imediato a nossa volta (que Deus nos livre...) para evitar que tudo se exploda... E que as verdades mais solenes e verdadeiras costumam parecer “piadas” neste atual Brasil, tão grande, tão amado e tão traído... Outros achando que não há mais alternativas para o povo brasileiro, a não ser “rezar” para que nada lhes aconteça. Outros achando que a corrupção no Brasil não tem fronteiras, e que por maiores que sejam hoje, as de amanhã serão maiores... Outros querendo a nossa volta para que sejam construídos mais aeroportos, como o do Galeão e o de Guarulhos-Cumbica, os únicos que ainda prestam construídos pelos militares; e construírem outras coisas semelhantes à EMBRAER, o ITA, Itaipu, a ponte Rio-Niterói... Outros achando que o Brasil não tem condições de sediar nem copa do mundo de “pelada de praia”, quanto mais mundial da FIFA... -- Na verdade eu fico sem saber para onde correr... -- Mas eu acho que se não fosse as Forças Armadas não haveria democracia no Brasil.

Coronel Maciel.  

segunda-feira, 18 de julho de 2011

B-777 versus AIR-BUS

B-777 versus AIR-BUS.



Não estou aqui para fazer propaganda da Boeing, fabricante do B-777, em minha opinião o melhor e o mais seguro avião bimotor comercial atualmente em operação no mundo. Gostaria de pilotá-lo; mas não gostaria de pilotar um AIRBUS, este avião francês que - e isto eu ouvi dizer de experientes pilotos que operam esta aeronave - em várias condições de vôo sobrepuja e por vezes até anula os comandos do piloto, quando se faz necessário, por exemplo, uma manobra evasiva para evitar uma colisão.  Esta manobra será recusada, pois ele não aceita “comandos bruscos”. Um avião assim para mim não é um avião!

Parece até que os engenheiros aeronáuticos franceses, desconfiados das limitações dos “pilotos humanos”, deixaram tudo sob o comando de “pilotos automáticos”... Construíram um avião que praticamente independe de pilotos; são aviões caríssimos. Custam milhões mais milhões de dólares. São “auto-suficientes”... Parecem mais enormes aeromodelos, pilotados por sofisticados computadores. “Santos Dumont” jamais poderia imaginar que sua invenção se tornasse assim tão elitizado, tão virtual, tão diferente do seu 14-bis...Um avião com comandos de vôo “fly-by-wire” totalmente potenciados e dependentes de energia elétrica, e outras perigosas modernices. Mas, contudo e apesar de tudo, são aviões que estão aí, voando no mundo inteiro, inclusive nos EUA, e que transportou o presidente Lula por este mundo a fora, durante os oito anos do seu governo (?). (Aviões que se parecem muito com essa nossa triste seleção de futebol... Para mim, perder pênaltis é o mesmo que “pousar sem trem”... rsrsrsr).

Chego então à conclusão que um avião assim foi feito para transportar exclusivamente altas autoridades, VIP’s, brigadeiros, e feito para voar somente em “céus de brigadeiros”... E não para enfrentar fortes turbulências, e muito menos os perigosos CB’s, (cumulus nimbus) verdadeiras “montanhas de gelo” que “voam” na famosa e temida de todos os pilotos, as famosas “FIP”, frentes intertropicais, onde até mesmo (supondo-se é lógico) um navio, “voando” a 800 Km/h, penetrando no olho desses CB’s, logo se desintegraria...  E os dois co-pilotos do AF 447 -- que na hora do acidente estavam no comando das operações (o comandante estava dormindo, descansando, o que é previsto nestas longas travessias oceânicas) --  sendo franceses, com mais razões deveriam saber dessas limitações. Eles foram ousados até demais ao querer desvendar os segredos daquele CB, provocando sua ira que desintegrou o AIR BUS, e todos os seus inocentes passageiros, e tripulantes.

Mas certamente continuarão por muito e muitos longos anos as “justificativas”, os embates de grandes advogados pagos regiamente para serem a favor ou contra, colocando a culpa ora no “tubo de Pitot”, ora em falhas de outros sofisticados equipamentos, falhas de projetos e outras sutilezas jurídicas tentando tapar o sol com peneira, já que estão em jogo muitos e muitos milhões de dólares, a morte de passageiros famosos, o nome da empresa construtora, num jogo sujo de empurra-empurra, onde os familiares das vítimas continuam sendo os maiores sofredores. Os mortos não sabem se defender... E os sofrimentos dos familiares das vítimas me parecem que nunca chegarão ao fim...  



Coronel Maciel.








domingo, 17 de julho de 2011

Para que servem os soldados?

Para que servem os soldados?

Quem é capaz de dizer quantas “ogivas nucleares” existem espalhadas pelo nosso tão aguerrido planeta? -- Dizem que mais de vinte mil! – Elas “dormem” nos arsenais atômicos de nove países, incluindo Israel...

Einstein, o grande Albert Einstein -- para quem a meditação para solução de um novo e complexo problema sempre lhe causava grandes emoções -- perguntado como achava que seria a “terceira” guerra mundial, respondeu que não sabia; -- mas que a “quarta” seria a pau e pedra... Razões pelas quais duvidamos de um confronto mundial usando essas terríveis armas... -- Seria o fim do mundo? -- Ou fim de “um mundo” não é o fim do mundo? Mas, quem poderá evitar que um “Ahmadinejad”, ou um “Hugo Chaves” qualquer, desses que andam por aí ameaçando o mundo, não consigam adquirir as chamadas “bombas nucleares sujas”? Elas são relativamente baratas, fáceis de fabricar, e de transportar. Para conseguir, basta um pouco de material nuclear conseguido com o roubo, contrabando, ou “desaparecimento” de materiais atômicos... Quem poderá impedir que cientistas “desmotivados”, ou espiões infiltrados em instalações estratégicas, em centros de estudos nucleares para uso na medicina, negociem informações técnicas, ou ofereçam apoio a países que tenham programas nucleares encobertos ou a grupos terroristas? Não acredito que os países islâmicos representem ameaças às democracias ocidentais; mas acredito que os “militantes islâmicos”, sim. Eles fazem parte de um “exército” de um a dois milhões de militante; são mais ou menos um ou dois por cento, dos dois bilhões de muçulmanos espalhados pelo mundo... Militantes que se considerem, não assassinos cruéis, como os que derrubaram as torres gêmeas de Nova York, mas sim vingadores “cheios de razões”... Vingadores cheios razões principalmente contra os Estados Unidos, que se consideram os donos das suas riquezas petrolíferas, e “xerifes” do mundo...

Mas não devemos nunca esquecer o que disse recentemente o presidente Barack Obama, em sua recente oração pela passagem do “Memorial Day”, o “Dia do Veterano”:- - “É graças aos soldados, e não aos sacerdotes, que podemos ter a religião que queremos! É graças aos soldados, e não aos jornalistas, que temos a liberdade de imprensa! É graças aos soldados, e não aos poetas, que podemos falar em público! É graças aos soldados, e não aos professores, que existe liberdade de ensino! É graças aos soldados, e não aos advogados, que existe o direito a um julgamento justo! É graças aos soldados, e não aos políticos, que podemos votar!”.

Coronel Maciel.                              




sábado, 16 de julho de 2011

De repente... a ANAC.

                                                       De novo a ANAC.

Ruim com o DAC, pior sem ele... Diziam que o DAC (a antiga Diretoria de Aviação Civil, vinculada ao antigo Ministério da Aeronáutica) – Dificultava, Atrapalhava e Complicava -- DAC –. Resolveram então assim tão de repente -- de repente, nada mais que de repente – criar a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Na época eu escrevi algumas considerações muito minhas, pessoais, pois acho que possuo algum, muito pouco talvez, conhecimento no assunto. Dizia eu que a pressa, esta grande inimiga da perfeição, iria transformar o nosso Sistema de Proteção ao Vôo, um dos melhores do mundo, num dos piores... Os acidentes com aviões, sejam eles grandes ou pequenos, acontecem devido a uma espécie de “efeito dominó”; se a seqüência não for logo interrompida, na ponta final ocorre o acidente. É muito fácil culpar logo os pilotos; assim como culpar também os controladores de vôo, pelos acidentes. Mas, nestes recentes casos considerados grandes acidentes, como o da GOL;  o do AIR FRENCE, que entrou indevidamente num “monstruoso CB”, uma verdadeira montanha de gelo, mesmo quando estava “plotado” no moderníssimo radar meteorológico do Air Bus; e o da TAM, quando uma das manetes de potência foi “esquecida” acelerada no pouso, o que não permitiu, nem permitiria que o avião “parasse”, mesmo que a pista tivesse o dobro de comprimento...  Infelizmente tenho que achar que, nestes casos, a culpa maior foi dos pilotos... Infelizmente...

Dizem que os pilotos americanos do Legacy, que se chocou com o avião da GOL, cumpriam ordens erradas emanadas da torre de controle de São José dos Campos. Ora, é obrigação de qualquer comandante, em qualquer lugar do mundo, solicitar confirmação de uma ordem duvidosa; e ordem errada não se cumpre! Se houver mensagem considerada errada, ou duvidosa, cabe ao comandante da aeronave alertar o órgão que a emitiu. Um erro não justifica outro... Bom, isto tudo que eu estou dizendo são opiniões minhas...

Mas a verdade é que os nossos controladores de vôo (assim como os nossos militares de um modo geral), na grande maioria sargentos da FAB, trabalham demais e ganham de menos... Outra grande verdade, e também a meu ver -- é que, com a criação da ANAC, pretende-se desvincular todo nosso sistema de proteção, de responsabilidade dos militares, passando para os civis; e que assim os novos civis controladores de vôo possam “exigir” salários mensais equivalentes aos pagos na Europa, algo em torno de 13 mil dólares (ou equivalente agora em Euros), bem diferente do que é pago aos nossos sargentos, algo em torno de míseros mil e setecentos dólares, isto após mais de trinta anos de serviço...

Coronel Maciel.

Esperada "Marcianita"

Esperada Marcianita.

Respondam-me rápido, senhores do “conselho” -- Há outras vidas após esta nossa tão curta vida? – Os senhores acreditam também em milagres? -- São os “milagres” que nos levam à fé, ou é a fé que nos faz acreditar em milagres?

Ao contrário do que muita gente pensa, eu penso que os melhores, os mais profundos, os mais verdadeiros “milagres” não acontecem assim tão de repente. Eles acontecem, sim, mas acontecem devagar, devagar, muito devagar... É preciso muito esforço, muito esforço para se chegar ao milagre de um “Prêmio Nobel”... (Quando conseguiremos?). Muito esforço para se chegar ao milagre de ser um grande Papa... E muita “maracutaia”, muita mesmo, para chegar à presidência desta nossa tão cobiçada República... Às vezes eu chego a duvidar que Deus haja criado o mundo em apenas sete dias... Com todas essas infinidades de galáxias? -- Acho muito difícil, mesmo acreditando que para Deus nada é impossível...

Os deuses da mitologia, das lendas gregas, hoje estão desacreditados; hoje sabemos que eram completamente inofensivos; nem existiram... E os deuses modernos? Até quando os nossos filhos, netos, tetranetos, acreditarão neles? Para mim, o verdadeiro Deus, o meu Deus, é aquele que planejou; é aquele que criou; é aquele grande ator que representa e ao mesmo tempo assiste a sua grande obra, no seu grande teatro armado num palco infinito; um modo de distrair sua longa eternidade... É aquele que está muito mais preocupado em manter no mais perfeito equilíbrio suas numerosas galáxias, do que preocupado conosco aqui neste nosso zero tão pequenino...

Gostaria de saber qual seria a resposta dos habitantes dos milhões de outros planetas habitados por este universo sem fim (Sim! -- Por que só o nosso planeta, este subúrbio do universo, ser habitado?...) quando indagado se eles sabiam quem seria Jesus Cristo? E como seria o “Jesus Cristo” deles...

Quem se lembra desta música?

“Esperada marcianita
Asseguram os homens de ciência
Que em dez anos mais, tu e eu
Estaremos bem juntinhos
E nos cantos escuros do céu falaremos de amor
Tenho tanto te esperado
Mas serei o primeiro varão a chegar até onde estás
Pois na Terra sou logrado
Em matéria de amor eu sou sempre passado pra trás
Eu quero um broto de Marte que seja sincero
Que não se pinte, nem fume
Nem saiba sequer o que é rock and roll
Marcianita, branca ou negra
Gorduchinha, magrinha, baixinha ou gigante
Serás meu amor
A distância nos separa
Mas no ano 70 felizes seremos os dois”...

Coronel Maciel.




sexta-feira, 15 de julho de 2011

Deus é o nosso melhor co-piloto.

Em qualquer profissão, mas principalmente naquelas que lidam diretamente com vidas humanas, tais como pilotos de avião; “pilotos” desses grandes ônibus que trafegam pelas nossas esburacadas estradas; médicos cirurgiões, entre outras profissões -- sempre haverá aqueles que não foram feitos para aquilo; que não nasceram para aquilo, mas que de tanto “forçarem a barra” acabam, errada e perigosamente, “chegando lá”... Fui um dos muitos pilotos dos velhos tempos da aviação; do tempo do “arco e flecha”... Daqueles velhos tempos da aviação romântica quando não havia GPS, ILS, radar, transponder e outros modernos equipamentos de ajuda aos pilotos. O que valia mesmo era a intuição, o “pé e mão” e contar com a indispensável ajuda de Deus, o nosso melhor co-piloto... Fui piloto também de aeronave um pouco mais moderna, como o Hércules C-130. Hoje sabemos de muitos casos de pilotos da moderna aviação que se aposentam sem nunca haverem sofrido uma única emergência considerada perigosa; um alerta “vermelho”, coisa muito comum antigamente. A engenharia aeronáutica evoluiu muito. A “engenharia de formação de pilotos”, ou seleção de pilotos, nem tanto. Talvez com avanços no ramo da psicologia, consigam estabelecer certos perfis psicológicos que ajudem na seleção de pilotos. Mas o erro humano sempre será uma constante na aviação. Casos incríveis, como um acontecido com um moderníssimo e pesadíssimo avião, quando o piloto simplesmente aplicou o freio de estacionamento na reta final...
No caso do avião da TAM, como no caso do Legacy que se chocou com o avião da GOL, será muito, muito difícil que se chegue a qualquer conclusão satisfatória “pelos órgãos oficiais de investigações”, (pelos organismos não oficiais contratados pelos familiares das vítimas, não!...)  pois estarão em jogo milhões e milhões de dólares, num jogo sujo de empurra-empurra, entre os fabricantes dos aviões, companhias seguradoras, advogados das empresas aéreas, órgãos encarregados do controle do tráfego aéreo, controladores de vôo, e muitos outros fatores subjetivos relacionados com o problema. O mesmo se dá nos casos de corrupção envolvendo políticos. Quanto mais forem os envolvidos melhor; ficará sempre mais difícil apontar os culpados; e se houver o envolvimento de juízes corruptos, melhor ainda, pois a concessão de habeas corpus estará garantida... Só restará mesmo uma grande constante:- - o desrespeito pelo sofrimento dos familiares das vítimas. Eu, ”particularmente”, não tenho a menor dúvida que houve uma incrível falha dos pilotos no caso do avião da TAM, em Congonhas. Com o AF447, que resolveu enfrentar de peito aberto um enorme “Cúmulus-Nimbus”, quando não haverá “tubo de pitot” nenhum, nem outros sensores de velocidade que resistam; nem a desculpa de que os pilotos sejam obrigados a voar mantendo a rota, sem fazer qualquer desvio, visando economias para as empresas... No caso do Legacy, que se chocou com o avião da Gol, os únicos culpados foram os pilotos americanos, irresponsáveis “play-boys” do espaço, que desrespeitaram as mais comezinhas regras de tráfego aéreo. Deveriam estar presos no Brasil, como estariam presos se o acontecido fosse nos EUA, envolvendo pilotos brasileiros...  

Mas, assim como no caso de erros médicos, quando somente outros médicos podem avaliar real e corretamente o que aconteceu, e só eles ficarão sabendo, também na aviação somente outros pilotos, os mais experientes, saberão realmente imaginar e avaliar as causas dos acidentes... Feliz ou infelizmente na aviação só o perfeito é aceitável!



Coronel Maciel.


Farreando com o meu "amigão" Lula!

Farreando com meu amigo Lula...



Ontem o meu amigo Lula veio "me visitar" aqui em Natal! Que beleza de surpresa! Fui convidado para uma peixada, e que peixada... -- Depois de umas tantas biritas e com todo aquele seu jeitão de turista internacional, Lula foi me dizendo:- - Maciel, (às vezes ele me chama Maciel, outras de Coronel, outras de cara, outras de meu chapa...) você já reparou que quanto mais vocês me sacaneiam -- você pensam que eu não sei lê, é? -- mais eu subo nas pesquisas, -- e deu a maior das gargalhadas. Isto na frente das maiores “otoridades” aqui do pedaço... -- Por que vocês não se mancam e se juntam logo a mim, e à minha querida Dilminha? Eu sei que a grande maioria de vocês não me compreende; não me aceitam. Não gostam de mim... Vocês vivem dizendo que eu gosto muito mais de Cuba, do Irã, do Chávez, do Evo... -- Que eu tenho uma raiva danada de judeu... -- Que pecado, cara...

Mas é bom vocês ficarem sabendo que eu também não compreendo muito vocês. -- E podes crer, meu chapa! -- Eu tenho muito medo de vocês! Medo mesmo! Sei muito bem do que vocês foram e são capazes de fazer... Mas vocês precisam “se mancar”, aprender, que para vocês, homens sem esperanças, eu sou a melhor opção. -- Eu sou muito mais sujeito a ceder às pressões sociais do que o Zé Serra, que é muito amigo do FHC, aquele que passou oito longos anos gozando “ocês”. -- Vocês precisam aprender que o Lula aqui é imbatível -- disse na maior intimidade batendo na minha barriga, o meu amigão Lula... -- Vocês sabem muito bem que o povão está todo comigo! O povão me obedece, e gosta muito de mim! São mais de sessenta milhões de votos, conseguidos com todo tipo de bolsas! Fiquem também comigo, pô! -- O povão, os pobres, os esfomeados, os revoltados são todos como vocês! -- E tem mais, cara! -- Eu vou te colocar, apesar desses teus cabelos brancos e muitas horas voadas naqueles velhos aviões da segunda mundial, como o eterno primeiro piloto do meu moderno e muito lindo Aero-Lula! Em todas as rotas, e para todos os lugares, disse-me ele já muito imbiritado... Avisa pra tua turma que vou também “arranjá” bolsas, muitas bolsas; bolsas de todos os tipos e “pra todo ocês”; bolsas de muié, prá muié, pra filhos, filhas, parentes, aderentes; bolsas prá coroné, generar, cabo, soldado, taifeiro, todos, todos, todos! Agora eu só quero que você entenda uma coisa, sabe:- - não sou só eu no PT... E -- aqui pra “nóis”, hein? -- têm uma “cumpanhêrada” que vem me acompanhando desde há muito tempo que têm um ódio desgraçado de vocês! A própria Dilminha era assim... Mas parece que ela tá mudando... -- Coitada da Dilminha! -- Por que é que vocês sacaneiam tanto com ela, hein? -- Essa Marina é outra enganadora; muito cuidado com ela... (dizem as más línguas que ela é muito mais analfa que eu, disse o Lula na maior das gargalhadas...).

 -- Pois é isto, “meu Corona”; leva esta mensagem pros teus amigos e depois me conta qual foi a reação, dando a sua última e mais gostosa gargalhada... E eu também... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Coronel Maciel.










O caso "Dirran".

Vou contar pra vocês o caso “Dirran”. Qualquer semelhança com Rafales, Sarkozis, não é mera coincidência. Dirran é um craque da bola; uma revelação do futebol da pequena cidade de “Pau dos Ferros”, aqui do Rio Grande do Norte, onde fica a capital espacial do Brasil, como dizia um jovem narrador da rádio Poti. Apesar de ter perdido por quatro a zero, Dirran foi considerado o destaque daquele jogo. O jovem repórter foi entrevistá-lo na beira do gramado, e foi logo perguntando:- - Você tem parentes na França? Esse seu nome é de descendência francesa? O jogador ficou olhando espantado para o repórter. E respondeu:-- Não sinhô; meu apelido é “Cu de Rã”, mas como num pode falar assim na rádio... eles abrevia... kkkkkkkkkkkkkkkkk

Coronel Maciel.



Primavera em Paris!

 A primavera em Paris é uma das coisas mais linda do mundo. No Brasil também temos lindas primaveras; em Barbacena, por exemplo; aliás, no Brasil temos muitas coisas lindas. Um pôr-do-sol em São Gabriel da Cachoeira para mim vale mais que todas as poesias e filosofias reunidas do mundo... E o céu estrelado de Eirunepé, quando não se podem distinguir os desenhos das constelações, tantas são as estrelas naquele céu livre de qualquer poluição? E uma “caldeirada” de Tucunaré em Manaus... Um “pato no tucupi” na “minha” Belém do Pará... E por aí podemos ir apreciando os mais variados e típicos pratos brasileiros.

Vou lhes contar uma “estorinha” que ouvi sobre os pobres de Paris; ou melhor, sobre um cego de Paris... Havia um ceguinho sentado numa calçada em Paris, com um boné a seus pés e um cartaz que pedia:- - Por favor, ajude-me! -- Sou cego... Um garoto estudante parisiense que passava em frente a ele parou e viu poucas moedas no boné. Pegou o cartaz, virou-o, e escreveu assim:- - Hoje é primavera em Paris e eu... não posso vê-la...

Ao cair da tarde, o garoto voltou.  Passando em frente ao cego notou que o boné estava cheio de notas e moedas... O cego nunca soube quem era o garoto, mas soube o que o novo cartaz dizia...

Sempre é bom mudarmos de estratégia, quando nada nos acontece...

Coronel Maciel.





Ser militar.

Ser militar.



Ontem, revendo minhas velhas cadernetas de vôo, sob os olhares curiosos do meu “inteligente” neto (qual é o neto que não é inteligente?), quando ele me fez uma pergunta que me deixou bastante intrigado; ele tem 12 anos (1957, quando entrei na FAB, na EPCdoAR, eu tinha 16 anos) e está à procura de um caminho, de um rumo na vida, caminho muitas vezes tão difícil de encontrar... “Vô, é bom ser piloto, ser aviador?” -- Como eu faço para ser também da FAB? De repente eu percebi como é sutil, como são agudas certas perguntas das crianças. Ser da FAB; ser militar. Poderia lhe dar uma resposta infantil, ou por demais adulta; poderia lhe dizer que eu “começaria tudo outra vez...” Não gosto de influenciar as pessoas; acho que é o mesmo que querer lhes transmitir nossa própria solitária alma... Talvez ele me ache um avô “super-avô”... Talvez ele ache os aviadores “super-homens”... Como eu gosto muito de astronomia, o meu esporte favorito, estou lhe dando os primeiros vôos duplos pelos espaços sem fim... Conversamos muito; tento lhe explicar que duas coisas na nossa longa (?) vida são paradoxais e muitas vezes frustrantes:- - Uma, conseguir o que se quer; outra, não conseguir...

Ser homem! Ser militar! Ser aviador! As qualidades enumeráveis são inúmeras. E, a maioria delas, perfeitamente aplicáveis às mulheres, às mães principalmente. Porque as forças morais que qualificam realmente homens, grandes mulheres as possuem; e também, reservas morais que grandes mulheres possuem, muitos homens não as têm. Então, um grande homem, uma grande mulher, um grande militar, são dotados de grandes e iguais qualidades. Diferenciam-lhes a força física e, naturalmente, o sexo.

Ser militar é saber enfrentar sereno e responsável os enormes desafios do mundo moderno. É esquecer-se para não esquecer as imensas e perenes responsabilidades para com a família, para com a Pátria, sua grande e maior família...

É enfrentar, às vezes calado, aqueles afeitos a só denunciar os tropeços dos fortes ou as humanas limitações dos homens beneméritos! É estar realmente na arena, na luta, no campo de batalha, o rosto desfigurado pela poeira, pelo suor, pela “graxa”, pelo sangue, pelos grandes ventos, pelas desilusões, pelos amores, pelo cansaço. É saber dedicar-se; é conhecer grandes entusiasmos; é empenhar-se numa causa justa! É nunca perfilar junto de almas timoratas, daqueles que não conhecem vitórias nem derrotas!

Ser homem, ser militar, e não importa se soldado, cabo ou coronel; se do exército, marinha ou aeronáutica, é estar sempre na luta; na luta sempre, sempre e sempre, mesmo errando, falhando e tornando a falhar...

Mas, como explicar tudo isto para o meu “inteligente” neto?



Coronel Maciel.


Discos Voadores.

Vocês acreditam discos-voadores?



       Eu não acredito em discos voadores. E “olha” que eu já olhei muito para o nosso céu tão cheio de estrelas, durante os meus longos e demorados vôos noturnos. Sou um estudioso dos céus, como também sou um estudioso das várias religiões. Gosto muito de astronomia; não gosto, nem entendo nada de astrologia... Não acredito em “almas do outro mundo...” Acredito na existência lógica de milhões de planetas habitados, por este mundão de Deus! Por que só a nossa terrinha, este “zero pequenino”, ser habitado? Só não consigo entender o porquê de seres tão avançados, depois de viajarem distâncias tão astronômicas, em velocidades próximas da luz -- Einstein frustrou a humanidade ao limitar-nos à velocidade da luz -- fiquem por aí, escondidos, medrosos... --Temerosos de quê, seres tão poderosos?

       Quando eu era Major-Aviador servindo no Primeiro Comando Aéreo Regional, em Belém, havia uma turma de militares que “via” os tais discos evoluindo nas margens do rio Guamá, e nas águas azuis do rio Tapajós. Juravam para mim, que sou leigo e descrente de “quase” tudo, que os viam saindo, molhados e velozes, das águas profundas e sob os olhares admirados de botos e jacarés! Dizem as “más línguas” que eles só conseguiam ver esses fabulosos fenômenos, depois de terem tomado “todas” as cerpinhas, a deliciosa cerveja dos paraenses. Brincadeiras à parte, eu queria vê-los, nem que fosse uma só vez. Quem é que sabe alguma coisa sobre Deus e o seu reino, ou sobre “almas, ou coisas do outro mundo? – Ninguém!”... Não me lembro quando nem onde eu li esta frase magnífica:- - Se não conseguimos entender o grande Deus nas suas obras visíveis, como querer penetrar em seus pensamentos?

          Shakespeare, na sua gigantesca obra “Hamlet”, dizia que há muito mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia... Por isso que, mesmo duvidando, mesmo não acreditando, acredito na “inocência” daqueles que vêem discos voadores; o medo, a ignorância, a escuridão criaram os deuses... É o que se costuma dizer... Criaram os inofensivos deuses da mitologia, hoje desacreditados. Criaram o “triangulo das Bermudas”, hoje também desacreditado. Insistem na existência desses fabulosos UFO’s... Mas tudo é possível, já dizia o nosso grande Machado de Assis.



           Coronel Maciel.

           

        

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Naqueles bons tempos.

Cumpríamos uma missão com a comitiva do ministro das Comunicações, Higino Corseti (era nos bons tempos, quando não se via terroristas fazendo parte do governo...). Acompanhava o Ministro sua esposa, pois nos locais das inspeções nas linhas de transmissões e torres, os prefeitos iam também acompanhados das suas...
No pernoite em Fortaleza, fiquei sabendo pelo Ajudante de Ordem do Ministro, que o casal completaria 25 anos de casados, no dia seguinte. A missão era feita num C-47, com poltronas, e o meu "copila" era o Tenente Alcântara. Bolamos então um plano que, se desse certo, nos renderia bons frutos... Mandei comprar 25 rosas bem vermelhas e fizemos um rápido Briefing antes da DEP para Teresina -- o taifeiro de bordo, também um bom corneteiro, era um "criolão" (sem conotação pejorativa) muito bem aprumado, todo de branco..., era orgulhoso de sua profissão...
O taifeiro ficaria segurando as rosas; eu ofereceria as vermelhonas à esposa do Ministro e o Alcântara faria o discurso...
Voávamos bem alto, no topo; o piloto automático ligado (que perigo...). Acordamos o casal e, muito educadamente, ofereci à madame as rosas (ela quase chorou de emoção), e o Alcântara abriu o verbo; ele era “contumaz em faltas dessa natureza”... Pois muito bem; dali em diante demos adeus aos pernoites nos alojamentos dos nossos pobres Destacamentos...; passamos a dormir nos melhores hotéis, comendo do bom e bebendo do melhor...
Durante vários anos, durante as festas natalinas, eu recebia umas garrafas de vinho, de uma pequena "fábrica" que o Ministro tinha, lá pelos pampas...,e um cartão de boas festas, assinado pelo simpático casal... Era naqueles bons tempos...

Coronel Maciel.

Um forte no "Inferno Verde".

A floresta Amazônica lá embaixo; aquele imenso mar-verde, com milhões de árvores enormes espalhando sombras para bilhões de insetos e animais silvestres, e dificultando a nossa navegação, pois, muitos rios, riachos, igarapés constantes nas cartas de navegação aérea WAC estavam também encobertos pelas sombras. O que seria de nós, se fossemos obrigados a um pouso forçado naquele verdadeiro inferno verde?
Naqueles tempos, tempos da aviação romântica, aviação de arco e flecha, sem o auxílio do GPS, como era fácil os pilotos se perderem naquela imensidão; mais difícil ainda era se achar depois...
Estávamos indo de Manaus para Forte Príncipe, transportando uma comitiva do Exército. Ao chegarmos, com o general sentado na cadeira do co-piloto, ficamos sobrevoando aquele Forte, construído nos últimos anos do século XVIII; e fiquei imaginando como foi possível trazer as cantarias de Belém, rios acima; os canhões de bronze, as pedras, pois naquelas margens do Rio Guaporé não há pedras; que tarefa titânica; sem paralelo; sem a Comara, a comissão para construção de aeroportos na região amazônica, da FAB; sem os possantes cargueiros Hércules C-130; enfrentando as febres tropicais, as arremetidas dos castelhanos, nada impediu que brasileiros e portugueses, de mãos juntas, levassem a cabo este extraordinário empreendimento incrível, da história da nossa colonização...
Pousamos e fomos recebidos pelo Tenente Comandante do Pelotão. No almoço, uma grande surpresa: -- Como o Tenente havia conseguido aquelas pedras, que serviam de piso, num improvisado "restaurante" nas margens do rio Guaporé?
No almoço, fomos servidos com uma suculenta tartarugada... Foi quando o General começou a ficar vermelho, com justificado assombro, quando o Tenente informou que havia tirado as pedras "daquele Forte, ali abandonado"... E estas tartarugas? Não sabe que está proibida a pesca? Foi aquele silêncio geral e desconfortável... Tentando aliviar a situação do embaraçado Tenente, eu disse ao general que, se nós não pegássemos as tartarugas, os Bolivianos, do outro lado do rio, iriam se fartar, sozinhos...:- - Explica, mas não justifica... Vou levar este fato ao conhecimento do general Figueiredo, meu colega de turma, meu amigo particular, e haveremos de restaurar este Forte; aliás, ele é o único quadro, pintado a óleo, que existe no meu Gabinete...: -- Uma ótima idéia, General, disse eu tentando aliviar as tensões, mas meio desconfiado e temeroso de levar também uma boa “mijada”...
No dia seguinte decolamos para visitar outros Pelotões. Durante o vôo fiquei imaginando como é dura a vida naqueles longínquos Pelotões de Fronteiras...

Coronel Maciel.