PM bom é PM morto.
Assim como o Brasil,
Natal já foi um lugar bom de se viver. Foi. Não é mais. Não sei se vocês já
foram assaltados; eu, já: -- Trezoitão apontado na direção da minha cabeça já
bem branquinha e assustada, deixei me roubarem tudo: -- meu Fiatizinho branco,
meu leve dinheirinho; todos meus documentos; ainda pensei reagir; mas, como eram
dois os assaltantes, e, covarde como eu sei que sou, deixei tudo “prá lá” e preferi
viver. Em tempo e me apressando em lhes dizer: -- felizmente nunca tive medo,
nem nunca fui covarde, pilotando meus aviões. Ontem morreu um Coronel Reformado
da nossa Gloriosa Polícia Militar do Rio Grande do Norte, que morava no mesmo
prédio meu. Recebeu três balaços pelas costas, durante um assalto, quando fazia
algumas compras no Centro da Cidade. Em “Mãe Luíza”, local onde se escondem as
piores facções criminosas de Natal, comemoraram com balas e foguetes a morte do
Coronel. Hoje fui ao velório; não sei quantos parentes, amigos e colegas de
farda estavam presentes; com certeza todos estavam revoltados; não sei se todos
clamavam por justiça, como costumam “clamar por justiça” brasileirinhos como
eu; uma justiça que nunca chega; ou se clamavam por vingança, com a raiva estampada
nos olhos, como fazem também brasileiros como eu, que ainda acham que em casos
assim não devia haver limites para vinganças. Poderia me alongar; mas alguma
coisa acontece que não me deixa continuar...
Coronel Maciel.