sábado, 28 de dezembro de 2019

ÍNDIOS, PRETOS E PARDOS.


Pretos, Pardos e Índios.
Leio na “Folha de São Paulo” que apenas “Dois por Cento” dos Docentes da USP são Pretos ou Pardos; e que, com mais de cinco mil educadores, a Universidade perde “conhecimento”, diz seu único “Docente Índio”. Isto me fez lembrar quando uma vez, e lá se vão mais de trinta anos, fui escalado para ir a “Tiriós”, uma tribo de índios perdida lá no interior do meu Estadão do Pará, onde havia um pequeno Destacamento de Proteção ao Voo da FAB, e onde dois Missionários Alemães lá viviam também há mais de tantos anos; minha missão era conversar com eles sobre o acontecido com uma turma de Professores e Universitários da USP,  que para lá tinham ido “estudar” a vida daqueles índios, nas mãos daqueles frades alemães, e que depois de míseros sete dias haviam “produzido” uma Monografia, na qual, segundo os missionários, “Esculhambaram com a Gente”; ora, me diziam os frades, nós estamos aqui há mais anos do que eles tem de vida, e até hoje não conseguimos entender direito, e muito menos fazer uma  “Monografia” sobre esses índios. Outra vez foi a vez de um Tenente Aviador recém chegado para servir na Amazônia, mas ainda longe, muito longe de se tornar num verdadeiro “Amazônida”, como este “Degas” aqui, e muitos e muitos outros militares que também dedicaram suas vidas em prol e na defesa deste imenso “Inferno Verde”. O Tenente, coitado, havia se negado a transportar para Belém uma espécie de baú, cheia de “coisinhas” fabricadas pelos índios, e que deveriam ser enviadas para Alemanha, dizendo que aquilo não passava de “exploração” dos índios; e que o Tenente também havia “esculhambado” com eles, dizendo que não passavam de “espiões” à serviço da Alemanha. Ora, aquelas “Missangas” fabricadas pelos índios, eram os presentes que os “industriais” alemães mais apreciavam, e que em troca davam, por exemplo, uma pequena “hidroelétrica” que alimentava toda a tribo dos “Tiriós”; fui lá, e depois de muita conversa consegui um pouco de paz; voltei para Belém, onde mostrei ao Brigadeiro o perigo que é pessoas que nunca foram lá, e que se metem a fazer “Monografias” sobre a Amazônia, região que nem em sonhos conseguem imaginar...
Coronel Maciel.

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