segunda-feira, 28 de outubro de 2019

DISCIPLINA MILITAR.


Naqueles nossos belos tempos em BQ, as mais lindas  “meninas” de Barbacena, tanto aquelas das tradicionais famílias mineiras, quando muitas acabaram casando com nossos Oficiais; assim como aquelas, digamos, mais liberais e “compreensivas”, isso sem falar daquelas que moravam nas casas das meninas consideradas   “desonestas”; mas todas, sejamos honestos, “amavam” os seus famintos aluninhos, que passavam longos dias longe de casa e no maior sufoco; na maior rotina do mundo: físicas, químicas, matemáticas, sugatórias, ordem unida, tiro ao alvo com pesados mosquetões e pistolas .45, e muitos e muitos outros eteceteras; de modo que quando chegava os fins de semana, elas corriam para descansar os nossos braços, o que provocava a ira dos rapazes da cidade; e era quando o pau comia solto, dando trabalho para as patrulhas e para o “Oficial de Dia”; quando eu era Tenente, depois de eu mesmo me desligar da Aviação Embarcada, depois de um entrevero com um Capitão que não ia com a minha cara, nem eu com a dele,  e que acabei o mandando, alto e em bom tom, na frente de todo mundo, para um lugar que eu prometi não mais falar, e acabei transferido, de castigo, pra minha querida EPCdoAR, onde uma vez, num sábado, estando eu de Oficial de Dia, um rapaz da cidade, filho de uma tradicional família mineira, revolver em punho, ameaçava os alunos numa festa num Clube da cidade; resumindo o caso; no outro dia o ‘Camarão” mandou um “Cabo e um Soldado” buscar o menino para passar alguns dias na Escola; é bom lembrar que estávamos nos bons tempos da “Ditadura”; depois dele passar uma semana conosco, quando lhe  era permitido visitas dos pais a qualquer hora do dia ou da noite,  quando o rapaz podia então observar a “puxada” rotina dos alunos; e na hora que entregamos o rapaz “são e salvo” nas mãos da querida mãe, que me chamou para um particular dizendo:--Muito obrigado, Tenente Maciel; e agradeça ao Brigadeiro Camarão pela lição bem merecida; pode ser que agora ele aprenda também a nos obedecer, e se comportar como se comportam estes que  consideramos os verdadeiros “Filhos do Camarão”...
Coronel Maciel.

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