quinta-feira, 14 de julho de 2011

                             Meus tempos de “arco e flecha”.

Uma nova (mais uma...) comunidade de índios isolados foi descoberta lá no “Vale do Javari”, no nosso grande estado do Amazonas. Estima-se que uns duzentos índios vivam lá... Isto me fez lembrar aqueles meus velhos tempos pilotando os destemidos C-47’s, vulgo “Dakotas”, sobrevoando aquela tão querida, imensa e verdejante selva. Foram milhares de horas voadas... Uma vez, pousando numa daquelas pequeninas pistas, tão curtas, quanto estreitas, exigindo pousos mais do que perfeitos, pois senão as pontas das asas tocavam nas imensas árvores que margeavam a pista... Cortados os motores, liberados os passageiros, havia sempre aquela choradeira: o choro é o jeito que os índios têm para demonstrar alegria pela volta dos seus entes queridos, que trazíamos após tratamentos médicos em Manaus. Mas neste caso específico a choradeira era também porque, durante o pouso curtíssimo, o cachorro magro e de estimação do grande “pajé” havia corrido na direção do avião, acabando por ser “triturado” pelas rodas... E o “pajé” não gostou, pois me olhava muito mal humorado, segurando o seu terrível tacape... Foi quando eu percebi que as rodas do avião estavam quase pegando fogo, devido à intensidade dos freios aplicados, para não “varar a pista”... Mandei que o meu “copila” corresse e desse partida nos motores, para que o vento das hélices apagasse a iminência de fogo, o que provocaria o estouro dos pneus... Nisso, uma indiazinha que ia viajar pensou que o avião já ia partir, e correu para embarcar, vindo com tudo na direção da hélice em movimento... Foi quando eu corri e me joguei com ela no chão, evitando mais um desastre... Desastre que certamente o “pajé” não iria aceitar; e certamente eu não estaria aqui a lhes contar esta "historinha"...

São tantas as histórias, as coisas, as lendas que temos para lhes dizer e ocorridos durante os meus velhos tempos sobrevoando aquele imenso, lindo e perigoso “inferno verde”... rsrsr.

Coronel Maciel.

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