sábado, 26 de março de 2022

MALÁRIA.

 

Malária Nervosa.

Não sei se devido a muita “cana” nos pernoites; não sei se devido ao “Autan”, uma loção de “corpo inteiro” para espantar o “Plasmodium Falciparum”,  popular mosquito transmissor da Malária; só sei que nunca peguei essa maldita doença, muito comum na minha Amazónia querida. Doença  tratada com muito Quinino por alguns, e muita “cana” por outros. Uma vez, quando já íamos dar partida nos motores para decolar de “Jacareacanga” rumo à Santarém, o Tenente Médico da Tripulação veio correndo me avisar que acabava de chegar uma menina dos seus 10, 12 anos, que teria de qualquer maneira ser transportada para Santarém, se não, não tinha escapatória, pois ela estava sendo consumida pela “Malária Nervosa”. O nosso velho “C-47-Dakota” vivia sempre cheio; verdadeiro coração de mãe; sempre superlotado. Autorizado o embarque, tivemos que armar  uma rede na “barriga” do Dakota e, na companhia do pai, decolamos. O sol era quente; era um sol de meio dia. No meio do caminho, o médico me avisa que a menina tinha morrido Chamei o pai da criança e perguntei o que ele queria que eu fizesse; ele pediu que voltássemos para Jacaré, pois em Santarém ia ficar tudo muito “mais pior”, como ele me dizia. Não tive dúvidas: meia volta volver, pousamos  em Jacaré, quando dei um forte abraço no velho, que, chorando muito,muito me agradecia.Voávamos muito naqueles velhos tempos; tempos do Trinômio FAB-Missionário-Índio”. Não sei se essa FAB ainda existe...

Coronel Maciel.

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