Coração de criança.
O tempo passa ligeiro!
81 pousos e decolagens! Não sei quantos toques e arremetidas. Abusei demais deste
meu velho avião! Abusei demais deste meu pobre coração: -- “Sentimental eu sou;
eu sou demais”... rsrsr. Abusei das suas “bombas de pressões”. Do seu fígado,
coitado; este, sim; este tem razões de sobra para se vingar! E o pulmão?
Maltratado durante nem sei quantos anos. E minha cabeça? – Ah! – Minha cabeça!
Pecadora até demais, com seu cérebro sempre bolando “as maiores “sacanagens”; “as
melhores coisas da vida”. E o velho coração? -- Tuc-tuc-tuc -- Incansável! --
Este, sim! Este eu lhes garanto que nunca fez mal a ninguém! É bem verdade que
muitas vezes foi fraco, foi mole, foi aflito; hoje chateado; amanhã feliz; ora
medroso, ora corajoso. Mas sempre disposto a compreender os maus e a perdoar os
invejosos. Um coração que nunca deixou de amar o canto pequenino onde nasceu; o
seu velho Belém do Pará. Um coração que sempre amou a carreira que
abraçou. As estrelas dos meus tempos de
menino continuam a voar comigo, em rútilos tropéis! Sempre brilhando sobre mim
quando declino, consolando-me nesta longa reta final. O meu velho coração
agradece a lembrança de todos vocês, e deseja a todos que seus velhos ou novos
corações continuem batendo forte; incansáveis.
Abraços deste velho Maciel.
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