quinta-feira, 19 de abril de 2018

Ela pode se "emputecerrrr"...

Vez enquanto sou “assediado” nas ruas, bares, botecos,  puteiros por aí, por algum desses falsos “estudantes” universitário; desses muitos maldosamente doutrinados por não sei quantos professores, mestres, doutores, reitores regiamente pagos para fazer suas cabecinhas, que me perguntam, também maldosamente, se “vivi a ditadura”. Olho pros céus e fico assim pensando: como foi que esse filho da puta descobriu que eu sou “coronel”, se eu faço tudo para não parecer que sou;  só ando de bermuda, chinelão de rabicho, fuçando velhos livros nos sebos de Natal, pois só nos sebos é onde ainda posso encontrar aqueles bons livros que gostamos de ler; e fico pensando no caso do Donald Trump, um dos homens mais bilionários do mundo, que, não satisfeito, foi se meter na pior boca do mundo, qual seja ser presidente dos Estados hoje tão Desunidos. O Trump, coitado, não pode, assim como nós podemos entrar num desses botecos da vida e ficar olhando as “bundas passar”, com nossos copos nunca cheios nas mãos.  Machado de Assis, com seu humor implacável, sempre me dizia: coronel, há gosto pra tudo! Quando sou assim interrogado eu respondo na hora:  em 64, atendendo terços, rezas, apelos e orações, assumimos o comando do “avião”, deixando o Brasil voando alto, em céus de brigadeiros, durante mais de vinte anos, na mais gostosa solidão! Mas, bobeamos, pois, voando lá nas alturas, esquecemos os voos rasantes, e baixar então o cacete, como fez o Fidel Castro; mas não; em vez disso, ficamos passando panos quentes nas bundas desses terroristas que hoje nos desgovernam e deu no que deu, neste Brasil impossível de viver! Daí ser melhor mesmo deixar as Forças Armadas “neste silêncio que mete medo”, mas capaz de acordar os túmulos daqueles velhos generais! Mas é bom não esquecer que quanto mais sossegada é a cobra, mais mortal ela é! A cascavel, por exemplo, como uma vez eu vi lá nos “Tiriós”, uma tribo de índio lá no Norte do meu Estadão do Pará, onde a gente costumava pernoitar, naqueles nossos velhos bons tempos. A gente ia passando, passando, e a cascavel quieta, encolhida, enroscada, enrodilhada, mexendo só com o rabinho, sacudindo o chocalho, avisando. -- Não mexam com ela, nos diziam os frades missionários alemães; pois ela pode se “emputecerrr”...
Coronel Maciel.

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