sábado, 11 de julho de 2020

ASES DE FAB.


Ases da FAB!
Naquelas tardes chuvosas em Belém do Pará, minha avó nos deitava na sua grande rede branca, no último quarto do enorme corredor, vizinho à cozinha, para nos “repetir” suas velhas e inesquecíveis histórias; algumas delas chegavam mesmo a me meter medo; eram aquelas que falavam dos castigos dos filhos que desobedeciam aos pais; e eu ficava pensando e dizendo para mim mesmo, que iria logo me endireitar, pois -- e agora mesmo, deitado na minha velha e amiga e branca rede branca, eu torno a reconhecer: -- Eu era mesmo danado; era, pois hoje não sou mais, um verdadeiro “cão chupando manga”;  vivia na rua empinando papagaio;  Jogando bola no meio da rua; demorando demais durante os banhos, pensando e “homenageando” a “Marta Rocha”, linda de morrer, nas capas das Revistas da época; mas felizmente consegui me endireitar, chegando mesmo a ser o que hoje eu sou: um velho piloto “hangarado”, vivendo de recordações. A rua onde eu morava era a “Reta Final” da pista principal do Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, modéstia à parte, um dos maiores do mundo! Os “enormes” aviões da época chegavam de tardezinha, vindos de todas as partes do mundo, para pernoite em Belém; e passavam tão baixos, com seus   flaps e trens “baixados e travados”, roçando as linhas enceradas dos nossos lindos papagaios, quando eu ficava então olhando e pensando: um dia eu ainda vou empinar um desses “papagaios”; não deu outra: com meus 16 anos ingressei na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena, dando partida nos motores que me tornaram “um dos maiores ases” da minha querida Força Aérea Brasileira!!
Coronel Maciel.


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