Meu pai.
Puxei meu pai, que não era nada religioso, ao contrário da
sua mãe, minha vó, que ia rezar, todos os dias, de manhã bem cedinho, sua
missa, numa capelinha, a “Capelinha de Lurdes” pertinho lá de casa, lá no meu
Belém do Pará. Minha mãe morreu também bem cedinho, quando eu tinha só meus
sete anos. Éramos ao todo seis irmãs e dois irmãos, os últimos. Quando reunidos
numa mesa grande, lá na cozinha, para o almoço, lembro de uma frase que ele
gostava de dizer, mesmo sabendo que minha vó não gostava de ouvir: Religião é o
“freio” da sociedade. Na época, eu não entendia muito bem o que ele queria
dizer; mas eu dizia baixinho para o meu irmão: - Lá vem “ele” com a mesma
conversa de sempre. Dia destes eu, relendo os “Irmãos Karamazov” do grande Dostoievski,
lembro que um dos seus personagens gostava também de dizer: --Se Deus não
existe, tudo é permitido. Parafraseando o grande escritor russo, eu diria: --Se
Lula existe, tudo é permitido; e, o que é pior: Se os “Chineses”, existem tudo
é permitido, até comer no café, no almoço e no jantar, sopa de ratos, baratas,
cobras e morcegos.
Coronel Maciel.
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