sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Façam o que eu digo...



Mas não façam o que eu faço! Fiz as maiores “Leãozadas” durante meus saudosos tempos na minha querida Força Aérea Brasileira! Tanto assim que sempre entrava no “Quadro de Acesso” por Antiguidade, mas recorria e ganhei todas! Nas minhas mais de dez mil horas de voo, o que é pouco na Aviação Civil, mas muito na Aviação Militar, nunca dei o mais leve arranhão nos meus queridos aviões. Sempre os tratei, como se deve tratar todas as mulheres do mundo: -- Com muito amore e carinho, além de muita finesse...
Vou lhes contar um dos meus mais “belos causos” na FAB.  Era um daqueles lindos sábados em Barbacena, e estava previsto uma conferência com três professores franceses, que se encontravam no Aeroporto de Congonhas. Decolamos, eu e o nosso saudoso Tenente Tomé, num “Beech-Mata-Sete”. Logo após a decolagem, monomotor. Voltei correndo para comunicar o “imprevisto” ao Brigadeiro Camarão que, me chamando para um “particular”, perguntou se eu “poderia” ir buscá-los no único “arremedo” de avião disponível. Um “Regente”. Aceitei na hora a “Mensagem à Garcia”, alertando o Brigadeiro que Congonhas se achava fechado para “Operações Visuais”. Ele me olhou, sorriu e disse:-- Pouso livre, “Fura-Bolo”; só quero que você me traga eles aqui.
Ora, assim autorizado, estava como eu gosto! Pousei em Congonhas, para surpresa de todos e felicidade geral para os franceses, pois Congonhas continuava “Fechado para Operação Visual”. Ao preencher o Plano de Voo, fui informado que estava proibido, “por ordem das mais superiores”, de decolar. Ora, com os “Franceses” já à bordo, não tive dúvidas, nem alternativas; preenchi o Plano, informando que cumpria “Operação Militar”! É bom lembrar que estávamos nos bons tempos da “Ditadura” ...
Encurtando a história: cheguei em BQ “são e salvo”, bem na hora do início da conferência. Relatei tudo ao Brigadeiro, informando-lhe o óbvio: -- “Vem bronca por aí”. Recebi um baita de um “Deveis Informar” das autoridades responsáveis pelo bom andamento do “Tráfego Aéreo”, mas como era de se esperar, o Camarão jamais iria me deixar na mão. E agora estou aqui são e salvo, deitado em minha rede, sem nunca esquecer de dizer aos “mais novinhos”:-- Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço” ... kkkkkkkkkkkk
Coronel Maciel (Aluno 57-67 Maciel JA, da 1ª Esquadrilha!)
  



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