sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Mudando de assunto...



"Um bonde chamado desejo".

Acabei de reler um livro que li quando ainda Cadete do Ar, num daqueles nossos raros tempos vagos, entre voos, estudos, ordem unida, “sugatória” e outras mil atividades. “Reler” tem outros grandes e melhores sabores.  A obra conta uma história simples, mas é na descrição “apaixonada” das personagens que reside sua grande força dramática. “Blanche Dubois”, a principal protagonista, é uma mulher com uma enorme sede de amor, de compreensão, dona de uma ambígua neurose. Um Bonde Chamado Desejo nos conta o drama das ilusões e frustrações de uma mulher sensível, como são todas aquelas mulheres traumatizadas por decepções amorosas e que buscam um novo amor; um novo começo. Sua irmã, Stella, é casada com Stanley Kowalsky, um homem rude que se importa somente com o presente e suas necessidades primárias: comer, dormir, fazer amor, jogar, beber. Um homem que não compreende sutilezas, sensibilidades, poesias... Stanley encontra Blanche no auge da decadência social, obrigada a encarar uma realidade completamente diferente dos padrões que foi educada. Torna-se difícil, muito difícil ela compreender que a irmã, educada também de maneira aristocrática e sensível, tenha se apaixonado por um homem ignorante e grosseiro. Porém, diferentemente de Blanche, Stella é prática e realista e logo aprendeu a aceitar a pobreza e o meio social em que vive, sempre ao lado do marido. Obra repleta de simbologias, sutilezas de abordagem de temas polêmicos; suas personagens exprimem um tema comum a toda obra de Tenessee Williams: a necessidade de compreensão para indivíduos atingidos pela marginalidade, pela violência, pela solidão, homossexualismo, repressão sexual, pelo inconformismo com realidade.
Coronel Maciel.


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