quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Cadernetas de voo.

Cadernetas de Voo.
Às vezes eu também gosto de ler, de rever, artigos idos, vividos e esquecidos, neste meu velho BLOG; assim como, vez em quando, de rever minhas velhas “Cadernetas de Voo”; de ler minhas “Folhas de Alterações”, cheias de boas e más recordações. Às vezes eu mesmo me surpreendo, e fico pensando: será que “sou eu mesmo” que vivi essas aventuras; essas coisas todas, ou foi tudo sonhos, nada mais. Todos nós somos assim: faríamos tudo de novo? Quando menino ainda, menino travesso, menino moleque, menino danado de bom, que -- além de viver empinando papagaios, jogando bola na rua; jogando peteca, pegando pião na unha; “brechando” meninas nuinhas tomando banho nos igarapés,  tudo de pés descalços e braços nus; tudo na minha linda, quente e úmida cidade morena Belém do Pará – Gostava também de ficar  horas esquecidas olhando os céus do quintal lá de casa, imaginado coisas... Sonhando coisas... Sonhando, sonhando... São tantos os sonhos e devaneios quando somos crianças.  Naqueles velhos tempos, naqueles idos de 1950, eu ficava olhando o voo dos “Catalinas” da FAB, lá no alto, lá no céu, beijando as nuvens, em voos de treinamento de estóis, monomotor simulado, velocidade reduzida, arremetidas no ar e tantas outras manobras necessárias para tornar os pilotos aptos para os perigosos voos sobre o “Inferno Verde”, outro nome da majestosa floresta amazônica.  Em frente de casa ficava a “reta final” para pouso no aeroporto internacional de “Val-de-Cans”. Os aviões da época eram os Douglas DC-3, os Curtiss C-46, os garbosos “Constelations”, das antigas companhias de aviação: -- Cruzeiro do Sul, Lóide Aéreo, NAB, PANAIR. Vez em quando chegavam aviões da PANAM, vindo dos Estados Unidos, para pousos técnicos em Belém. Chegavam de tardezinha vindos do Rio, São Paulo, Manaus, Santarém, Miami, que passavam tão baixos, com seus trens e flaps baixados, quase roçando as linhas enceradas dos nossos papagaios. Já naqueles tempos os meus sonhos se resumiam em ser piloto daqueles “enormes” aviões! Não deu outra: com 16anos, 1957, ingressei na EPC do Ar, em Barbacena, “a cidade das rosas e do melhor clima do Brasil”, de onde “decolei” para grandes e saudosas missões nos aviões da nossa querida Força Aérea Brasileira!
Coronel Maciel.










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