Bate, bate, bate coração.
Não é o tempo que passa
ligeiro; nós é que passamos; vamos passando, passando; voando, voando, abusando
da paciência do nosso velho avião; judiando com suas bombas de pressões; judiando
com o fígado, este, sim, tem razões de sobra para se vingar dos enormes sacrifícios
a que foi submetido. E o meu pulmão? E a minha cabeça? Ah, minha cabeça, sempre
bolando astutos voos “rasantes”; e o velho coração? Tuc-tuc-tuc; incansável;
este, sim; este eu lhes garanto que nunca fez mal a ninguém; sei que muitas
vezes foi fraco; muitas vezes foi mole, foi aflito; hoje chateado, amanhã feliz;
ora medroso, ora corajoso, mas sempre disposto a perdoar, e que nunca deixou de
amar o canto pequenino onde nasceu; as estrelas dos meus tempos de menino
continuam a voar comigo, sempre brilhando sobre mim quando declino,
consolando-me nesta minha longa reta final.
Coronel Maciel.
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