quarta-feira, 11 de julho de 2018

Tenente "Fura-Bolo".


Tenente “Fura-Bolo”!
“Sobrevoando” -- deitado em minha rede, velha, branca, macia e carinhosa, esta “caverna” que virou o Brasil, um Brasil que não consigo mais compreender -- volto a sonhar com aqueles tempos de outrora, quando podíamos viver sem medo de ser assaltado e morto, tanto nas ruas, como dentro de casa, é que torno a relembrar meus tempos de Tenente, sob a batuta do Brigadeiro Camarão. Era um sábado de uma fria manhã de junho, quando decolamos, eu e o Tenente Tomé, num Beech-Mata-Sete; mas tivemos que voltar logo após a decolagem, monomotor. A nossa missão seria a de transportar um casal de professores franceses, que nos aguardavam em “Congonhas”. Ora, estava tudo programado para a Conferência, no cinema da EPCAR, prevista para começar às 14 horas, para os professores, alunos, e “autoridades” da cidade. O Camarão “pensou” naquela que seria a sua única alternativa: Me chamou para um particular, e disse: “Fura-Bolo”, era assim que ele, carinhosamente, me chamava; me pegue o Regente e me traga eles aqui. Ora, “o Regente”, vocês sabem muito bem quem ele era. Só lhe fiz uma única pergunta: -- Mensagem à Garcia, Brigadeiro? E ele sorrindo, com aqueles seus cabelos brancos, confirmou. Seria uma missão impossível para “qualquer um”, mas não para um Tenente “Fura-Bolo”, como esse “Degas aqui” rsrsr. Fui e voltei, mas, porém, contudo, todavia, descumprindo todas as Regras de Voo possíveis e imagináveis; eu disse “Todas”! Ao chegar, o Camarão, sorrindo, satisfeito, me deu aquele aperto de mão, tipo “quebra dedos”; foi quando eu lhe disse:  Brigadeiro, vem bronca por aí. E ele: -- Deixe comigo, Fura-Bolo; não se preocupe! 
Coronel Maciel.

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