segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Deus e as Forças Armadas; as Forças Armadas e Deus.


O homem, através da razão, chega à fé... Dante, seguindo Virgílio, chega à sua Beatriz... Segundo Voltaire, se Deus não “existisse”, seria necessário inventá-lo, criá-lo. Nota dez para Voltaire. Nota dez também para Dostoievsky, quando nos diz que: se Deus não existe, tudo é permitido. Parafraseando, alguém completou: Se o PT, o partido que mais traiu os trabalhadores existe, então tudo é permitido...

Recebo um e-mail dizendo que “Fanatismo religioso se infiltra nas Forças Armadas dos EUA”. O cadete, Blake Page, que é ateu, pediu desligamento poucos meses antes de terminar o curso que fazia na famosa academia militar de “West Point”, acusando oficiais da academia de fazerem proselitismo inconstitucional, tipo cristão evangélico; e que alguns deles pediam a presença em eventos religiosos de forma que poderiam fazer os cadetes se preocuparem com as consequências sociais e profissionais, no caso de não comparecerem...

Eu sempre me esforcei por “amar a Deus sobre todas as coisas”... Mas sempre achei difícil, muito difícil, difícil até demais não pecar... Alguém me disse que pecar é não pecar... Rimbaud, o grande Rimbaud, sempre dizia que nada neste mundo é vaidade...  – Mesmo não entendendo, eu admiro aqueles vivem em constantes penitências; em eternas orações. Aqueles que decidiram trocar os efêmeros prazeres na terra, pelos eternos prazeres nos céus... Admiro muito aqueles que cultuam seus Deuses, seus Orixás, nos terreiros de umbandas. Admiro aqueles que o fazem nas majestosas Igrejas do Vaticano! Admiro aqueles que estão sempre com os seus Deuses em seus corações! 

Dizem as más línguas (ouço minha voz?) que a ignorância, o medo, as superstições, criaram os Deuses... E, à medida que a ciência, bem devagarinho, muito lentamente, vai avançando, vai também vencendo, desmoronando certas lendas; mitos vão sendo desmascarados: os temidos deuses mitológicos da Grécia e da antiga Roma, hoje estão desmoralizados; hoje sabemos que eram completamente “inofensivos”; na realidade nem existiram. E que certos “Deuses” de agora, logo, logo serão também desmascarados e desacreditados...

Naqueles velhos tempos, quando ainda não havia os Satélites Meteorológicos, criou-se a lenda do “Triângulo das Bermudas”. Navios, aviões, veleiros eram “devorados”, tragados inapelavelmente por fabulosos monstros que nadavam naqueles mares terríveis. Hoje sabemos que não eram monstros, nem terrestres, nem muito menos extraterrestres, como infantilmente se supunha. Eram os perigosos furacões, hoje perfeitamente “plotados”, fotografados e identificados com nomes masculinos e femininos nas cartas meteorológicas. Satélites os acompanham desde seus nascimentos até suas mortes; minuto a minuto. Hoje comandante nenhum, sejam eles de navios ou de aviões, podem alegar que não sabiam exatamente de suas posições, para justificar seus erros, quando decidem perigosamente enfrentá-los. É morte certa; que o diga o “AIR FRENCE 447”... 

Hoje, inútil sol poente, só peço ao meu bom Deus que sobre a minha sepultura sejam jogados caroços de mangas das enormes mangueiras da minha querida e doce cidade morena de Belém do Pará, para então “me encantar” em frondosas mangueiras... E que o “homem, a fera, o inseto, à sombra delas possam viver livres de fomes e de fadigas; e que em meus galhos venham se abrigar as cantigas e os amores das aves tagarelas”, como nos versos do Olavo Bilac.

Coronel Maciel.