quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Velhas Árvores.

Velhas Árvores.
Quando eu vejo o Papa Francisco, rodeado de chilenos; de índios chilenos; não sei se também de militares chilenos da época do Pinochet, todos rezando e acreditando em tudo o que o Francisco diz: em outras vidas eternas nos céus, eu fico por aqui assim pensando: e se ele estivesse passeando aqui no Brasil, será que estaria naquela foto, ao lado da Lula, fazendo parte daquela turba de intelectuais e artistas? Será, meu Deus, que eu seja o “único certo” ao não acreditar em nada do que me dizem? Que eu seja igual à Cecília Meireles quando me diz, baixinho, que um dia estarei mudo, “mais nada”? Não é possível que tudo termine em nada! Eu só queria que alguma amiga ou amigo meu, nem que fosse o meu maior inimigo, jogasse um chupado caroço de manga, caído daquelas frondosas mangueiras lá do meu Belém do Pará, bem em cima da minha sepultura, e assim eu pudesse viver uma nova vida, agora uma frondosa mangueira, quando então o homem, o inseto, a fera, à minha sombra viessem se abrigar, livres de fome e de fadigas, e em meus braços viessem se aninhar as cantigas e os amores das aves tagarelas, como nos versos do Olavo Bilac...

Coronel Maciel.

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