domingo, 18 de dezembro de 2011

A nossa 'ABL"

Passaram pela nossa respeitável “Academia Brasileira de Letras” brasileiros merecidamente “imortais”; Machado de Assis; o grande Rui, entre uma infinidade de muitos outros... Outros “grandes” que na minha modesta opinião deveriam ter passado por lá, mas não conseguiram visar seus “passaportes”: Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles... Nenhum deles conseguiu assento na vetusta Academia. Em compensação, Ivo Pitanguy, José Sarney, Paulo Coelho conseguiram; e -- acredite quem quiser -- “Ronaldinho Gaúcho” quase conseguiu...  Mas só conseguiu que a academia lhe concedesse a Medalha de Honra ao Mérito que pelo “conjunto de suas obras”...


Acaba de receber a Presidência da casa a escritora Ana Maria Machado. Confesso que nunca li um livro dela. Dizem que são livros muito infantis; dela eu só sei que foi uma das “perseguidas” pelos generais de 64. Deixou o Brasil e foi viver na Europa. Não sei com que dinheiro ela se mantinha por lá; dizem as más línguas que era com dinheiro, com dólares roubados dos bancos, na época quando sua amiga dona Dilma era “guerrilheira”... Não sei também se ela foi premiada, à semelhança do seu colega Carlos Heitor Cony, com vergonhosa indenização e saborosa pensão vitalícia mensal, por ter sido “perseguida”... No Brasil atual basta alguém dizer que foi perseguido ou perseguida pela “Ditadura” que todas as portas lhes serão abertas... Dizem que até as portas do céu...  A dona Dilma que o diga...


Livros de literatura infantil que eu gosto muito de ler são os de Monteiro Lobato; livros que me fascinavam e enchiam os sonhos da minha infância; livros inesquecíveis e lidos por mim até hoje. Outro grande livro, o maior, o melhor de todos, feito para crianças, mas principalmente para adultos, é o “Alice no País das Maravilhas”, do grande escritor britânico Lewis Carrol; é um livro realmente espetacular, onde ele descreva as infinitas identidades de Alice. Um livro paradoxal! Quanto mais Lewis tenta explicar alguma coisa, mais obscura essa “coisa” se torna. São com paradoxos sutis que ele tenta explicar os nossos perturbadores problemas filosóficos, “humanos”, tudo sob o disfarce de uma literatura ligeira, mas na realidade muito profunda; não são muitos os que conseguem acompanhar seus agudos raciocínios; tão lógicos eles são... As “armadilhas” do raciocínio lógico! -- As lógicas de Carrol me deixam perplexo...


As escolhas para compor o “time” da nossa Academia, às vezes com jogadores “pernas de pau”, me deixam também perplexo... A escolha do Sarney, para ocupar ponta “direita”... A maioria ocupando a “extrema esquerda”; o Jorge Amado, por exemplo, entre muitos outros. Jorge Amado, o grande escritor baiano de “Terras do Sem Fim”; só não entendo a escolha da mulher dele, a Zélia Gatai para ocupar a cadeira do marido, escolha que fez o Jô Soares renunciar a ser um gordo e alegre “imortal”.


Não consigo entender o fanatismo que certos intelectuais têm para conviver com democracias. Isto no mundo inteiro... Quando da eleição democrática do Roberto Campos -- Ministro, Senador – para a ABL, “descortinou-se” a alma negra dos tiranos comunistas, almas que ainda nos rondam; eternos pesadelos... Vejam bem o que aconteceu: A jovem viúva de Dias Gomes, outro grande escritor baiano, voltado para abordagem humanista de esquerda e com temática para o homem brasileiro, na sua luta com a nossa cruel engrenagem social. Dias Gomes escreveu “O Pagador de Promessas”, um clássico da moderna dramaturgia brasileira. Pois bem; ela queria retirar o corpo do marido que repousava ao lado de outros colegas “imortais”, no cemitério São João Batista, no Rio! – A jovem viúva não queria que a vaga do marido na Academia fosse ocupada por Roberto Campos, ou alguém que não fosse “comunista”, ou da “extrema esquerda”... Agora vejam a diferença: Dias Gomes não esperou que um “companheiro” comunista morresse para ocupar o seu lugar. Ficou com a vaga do escritor Adonias Filho, que era “amigo” dos generais e isso naqueles tempos era “crime”; um pecado mortal, como até hoje é... Mas apesar de tudo; de tantas hostilidades, a família de Adonias não fez qualquer protesto, nem o quis acordar do seu longo sono...


Pouco me importa o que acontece na nossa Academia. Escolham quem os nossos doutos intelectuais quiserem para fazer parte da sua turma. Mas eu só queria entender, ou que me explicassem os “paradoxos” que acontecem no Brasil -- onde o fanatismo; o oportunismo político, a cumplicidade e principalmente a omissão da maioria dos nossos “intelectuais” fará que a nossa Academia e o próprio Brasil seja lembrado pelos nossos filhos e netos como gente sem cérebro; um mundo de idiotas, sem dignidade, corruptos, sem valores morais, éticos, que correm atrás de falsas ideologias, de um “feminismo odioso”, esquizofrênico. Não que eu seja contra a luta das mulheres por seus merecidos lugares ao sol...


Relaxem e gozem com a Marta Suplicy, com a dona Dilma e agora com a Ana Maria Machado... rsrsrs


Coronel Maciel.


 


 

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