domingo, 4 de dezembro de 2011

TRINÔMIO "FAB - MISIONÁRIOS - ÍNDIOS".

Bons tempos aqueles na Amazônia. Havia, naquele então, o trinômio FAB/ MISSIONÁRIO/ INDIO. Os pernoites nas Missões Salesianas do Rio Negro eram feitos nas "casas" daqueles abnegados (e até incompreendidos) missionários; missionários e missionárias; padres e freiras. Será que hoje eles ainda existem? Ou foram substituídos pelas “famosas” ONG’s? -- Ou “tutelados” pela FUNAI, fundação, a meu ver, politizada até demais? A proximidade daquela estratégica região; tão rica em recursos minerais, e tão cobiçada por “potências estrangeiras”; tão próxima da Colômbia e suas FARC’s -- precisa de máxima atenção e muito bem cuidada... Felizmente em São Gabriel já existe pista capaz de receber aviões supersônicos...


Uma vez, era meio dia, debaixo de um sol daqueles; os passageiros, índios, padres, freiras, arcos, flechas, papagaios, periquitos, cachorros magros, todos aguardavam o embarque em Uaupés, São Gabriel da Cachoeira, alto Rio Negro, quando uma voz “ecoou”:- - Peeeeega o veado! -- Os cachorros dos índios, os índios, saíram em disparada atrás do coitado, que, sentindo-se acuado, voltou correndo do meio da pista de pouso e pulou a cerca de proteção dos tambores de combustível e, na queda, quebrou o pescoço e morreu... Fiquei na dúvida se encerrava ali mesmo a missão daquele dia, ou se prosseguia para Jauaretê, na “Cabeça do Cachorro”. Resolvi prosseguir, mas sem antes deixar o guarda-campo com uma importantíssima missão; deixar tudo pronto para o churrasco... Voltamos de tardezinha, e na beira daquele majestoso Rio Uaupés, continuação do Rio Negro, vendo ao longe o morro da “Bela Adormecida”; curtindo o cabecear dos últimos cochilos daquela tarde que morria, saboreamos um suculento churrasco de veado, regado -- e por que não dizer? -- com muita cachaça, cerveja e viola... Após os pernoites, antes das decolagens, éramos solicitados a escrever no “Livro de Hóspedes das Freiras” algumas linhas, alguma coisa, uma simples mensagem; simples  agradecimentos...


Eu sempre gostei do meu "radinho de pilha"; até hoje... Fiquei sabendo naquele dia, pela "Voz da América", que os americanos haviam lançado ao espaço a nave espacial "Columbia". Então, aproveitando a "deixa", e após os agradecimentos de praxe, finalizei minha mensagem mais ou menos assim; ---"No mesmo dia em que a nave Columbia partiu para seu primeiro voo orbital em volta à terra, uma outra nave, muito mais velha, mas muito mais querida, orbitará também e muito orgulhosamente os céus amazônicos, qual gigantesco pássaro audacioso que soltasse na amplidão da floresta suas asas prateadas, transportando  cargas divinas: cartas, bilhetinhos de amor, remédios, médicos, jornais, revistas, e muita esperança...


E, para solenizar aquele momento, terminei o meu “discurso” com a seguinte "estrofe", em rima brincalhona:


E a nave Columbia,


Lá do alto, lá do céu,


Não se cansa de dizer:


Oh! Dakota, meu irmão,


Que sejas sempre fiel


Ao Major Maciel


E sua tripulação...


Coronel Maciel.


PS:-- Edição revista e “atualizada”.




 

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