domingo, 14 de julho de 2019

MUDOS E MAIS NADA.



Momentos decisivo nas nossas vidas são aqueles que desperdiçamos, muitas vezes sem pensar. Uma vez, logo que voltei para o “meu” enorme apartamento (funcional) em Brasília, depois de cumprir aqueles meus 15 dias de merecidas prisão, recebi a inesperada visita de um deputado do PDT, enviado pelo Leonel Brizola, que veio me convidar para ingressar no seu Partido, quem sabe para aproveitar a minha também inesperada exposição na mídia. Conversamos amigavelmente e amigavelmente recusei e agradeci o convite. Já pensaram eu um Deputado Federal; ou um “Senhor Embaixador” num canto qualquer do mundo, sendo obrigado a ser o que nunca gostaria de ser; desfilando por aí, sempre todo engravatado; discursando no plenário da nossa “Anti-Câmara-Federal”; logo eu que nem sei como cheguei ao elevado posto de Coronel; eu, que só gostava mesmo de voar; eu, que nunca gostei de reuniões sociais; que só gosta mesmo é de sair por aí muito bem à vontade, usando bermudas; que só gosta de frequentar os “piores lugares do mundo”; sofrendo, por isso,  as mais terríveis “censuras”, se no final das contas uns vão pro  céu, e outros, muitos outros, pros infernos; não é mesmo, minha querida Cecília Meireles, aquela que durante nossas longas noites de “orgias literárias”, costumava nos dizer: -- Só sei, Coronel, que um dia estaremos mudos; mais nada... 
Coronel Maciel. 


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