quinta-feira, 26 de março de 2020

VELHO E BABACA.


Um velho babaca; um morto vivo.
Antigamente, nos meus tempos de criança, dizia-se:--  a “emenda foi pior que o soneto”; nesses novos tempos; tempos do “Corona Vírus”, são poucos, pouquíssimos, os que sabem o que é um soneto; só quem já está um velho como eu; beirando os meus  “80” bem ou mal vividos, pode avaliar o que é se sentir um “morto vivo”; um “espectro”; um “fantasma”; ”uma alma do outro mundo”; crianças; aqueles  mais jovens; aqueles que pensam que nunca vão ficar assim tão velhos como eu; olham para mim com olhares de pena; com olhares de muita “piedade”. Penso assim devido a este meu modo sempre errado de ver as coisas; penso que devido a esse “histerismo” que os meios de comunicação; que esses “doutores” da vida; talvez querendo fazer o bem, estão me fazendo muito mal. Vejam o que hoje me aconteceu; sempre dou minhas “solitárias” caminhadas de manhã bem cedo; no máximo 40 minutinhos; depois daquele meu  bom banho frio me sinto muito bem; muito  satisfeito e muito feliz da vida; mas hoje, devido a esse verdadeiro “histerismo” que  tomou conta do povo,  um carro passou por mim e alguém gritou:-- Vai dormir, seu velho babaca... – Como naqueles versos de uma música muito antiga, eu “baixo a cabeça e não digo nada; calado fiquei, porque sei que és mulher revoltada”. Eu também calado fiquei porque sei que não passo mesmo de um velho babaca; muito mais que um velho babaca, um verdadeiro morto vivo...
Coronel Maciel.

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