quarta-feira, 2 de novembro de 2011

NÃO HÁ SONHOS PERDURÁVEIS...

Hoje eu acordei pensando nos meus mortos... Mas fiquei também pensando nossos mortos; nos nossos pilotos que morreram cumprindo suas missões e que hoje estão voando entre os anjos dos céus... Foram tantos os que partiram para nunca mais voltar...

Não há sonhos perduráveis, e não devemos nos prender a nenhum. O Brasil inteiro também acordou hoje pensando nos seus mortos. Nos seus grandes mortos que deram suas vidas por um Brasil melhor. Foram tantos...

Quantos estão saudosos daqueles velhos generais que também deram suas vidas por um Brasil melhor? -- Não sei, não sei. Mas sei que os militares são como os amantes. Os amantes são pessoas simpáticas, mas dignas de pena... Não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo... Assim somos nós, os militares... Somos simpáticos; as pesquisas estão aí a nos dizer; mas também dignos de pena... O que faz uma pessoa passar toda uma vida dedicada à pátria, para finalmente ganhar menos que um ascensorista de elevador do Senado Federal? -- Não sei; não sei. -- Só sei que eu começaria tudo outra vez... Voando aqueles mesmos aviões, sobrevoando aqueles mesmos verdes campos que deixei... – Transportando as mesmas criançinhas, as mesmas freirinhas, os mesmos indiozinhos, as mesmas grandes esperanças nas asas prateadas dos “meus” aviões...

Não sei que forças estão fazendo minha esperança no Brasil derreter-se como neve... Não sei onde nem aonde estão querendo nos levar...  -- O amor é uma criança, dizem-me os meus botões -- por isso tantas vezes enganado... O Brasil também. O Brasil é uma criança e dorme um sono de criança.  Mas um sono que parece imitar a morte...

Acorda Brasil, se é que ainda estás vivo...

Coronel Maciel.

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