Já que o
Brasil não tem mais jeito, virado nesta mais completa esculhambação; já que os generais
“ensarilharam as armas”; já que os nossos médicos não estão dando conta do
recado; já que os nossos pobres brasileirinhos não conseguem ser
atendidos nos “Sírio-Libaneses” e estão
morrendo “feito moscas” nos corredores sujos dos hospitais do SUS. Se os nossos
professores não estão dando conta do recado, por que então não contratar “médicas
e professoras” cubanas! Chega de homens! O Brasil precisa mesmo é de mulheres!
Mulheres cubanas também! As cubanas são as melhores! Mulatas de verdade! “Pé-de-Vento”,
um dos “Pastores das Noites da Bahia”, personagem do fabuloso Jorge Amado, o
melhor dos escritores da literatura amorosa do cais da Bahia; da Ladeira do Pelourinho
-- “Pé-Vento” dizia já no maior dos porres para os amigos no botequim do Isidro do
Batualê, nas Sete Portas da Bahia, lotado de contrabandistas; de maconheiros;
dizia para todos eles que , de copos cheios de cachaça nas mãos, ouviam-no dizer que mandara buscar na África negra um
navio cheio de mulatas! Quatrocentas mulatas! Mulatas das verdadeiras! Mulatas “de baixo do sovaco” também! E por que não
mandar vir de Cuba um navio cheio de médicas e professoras mulatas cubanas até
de baixo do sovaco para nos salvar?
A ordem
agora é cair na farra! Vândalos do Brasil, uni-vos, e o Brasil estará salvo! Façam
como eu fazia nos meus bons e velhos tempos, pilotando um velho Bandeirante,
quando ia diariamente para o paraíso afrodisíaco de “Fernão de Noronha”, onde o
amor é livre?
Foi assim:- -
Era um belo dia de sábado, dia da nossa folga, quando fui acionado para
transportar sete turistas Italianos que haviam fretado o avião. Eu estava em plena praia, degustando lagostas
douradas, acompanhado de “louras geladíssimas”. Não teve jeito, e lá fui eu
para o aeroporto cumprir com minhas obrigações.
Na hora do
embarque, que agradável surpresa: sete lindíssimas garotas, também “fretadas”,
acompanhavam os alegres italianos. Perguntei ao despachante se o embarque
daquelas lindas “meninas desonestas” estava previsto. Ele disse que não! Mas
como o avião estava mesmo fretado, e as garotas eram as coisinhas mais lindas do
mundo, autorizei o embarque, de imediato!
Sempre
gostei de tocar violão; gosto de cantar uma canção muito orquestrada
interpretada pelo finado Frank Sinatra, “New York, New York”. Outra: “My Way”.
Lindas canções! Gosto muito das músicas do Nelson Cavaquinho; do Lupicínio; só
não gosto de pagodeiras, mesmo esses tais “pagodes românticos”.
Mas voltando
ao assunto; durante o voo, (parece que voo não tem mais acento...) com o avião
nivelado, voando calmamente em cima das nuvens, quando me vem uma das meninas,
completamente “à vontade”, com aquele perfume de mulher, me perguntar se elas
poderiam fazer um desfile pelo corredor do Bandeirante. Ora, o corredor do
Bandeirante vocês sabem o tamanho que ele é, né? Aprovei de imediato a grande ideia; mas nas
seguintes condições: desde que elas viessem até bem pertinho das manetes, para
que eu pudesse avaliar melhor "os dotes que Deus lhes deu". Elas riram e iniciaram o desfile. Que beleza!
Os italianos deliravam. Voavam!
Passamos uma
noite e tanto em Noronha; arranjei logo um violão e nos divertimos muito.
“Amore, amore”, cantavam os Italianos. -- New York, New York cantávamos nós.
Nunca vi tantas latinhas de cerveja na minha vida. No auge da brincadeira, uma
das meninas gritava alto:- - Acaba agora
não, mundo bom!
Na volta,
domingo à tardinha, voando num topo bem definido, eu mostrava às meninas o sol
se pondo lá na frente, dourando as nuvens, antes que a noite transformasse aquele
"ouro azul" em "carvão".
Aproveitem a
vida, meus caríssimos ouvintes! – Aproveitem bem a vida, que a vida é curta!
Coronel
Maciel.