Impossível é fugir aos
apelos da carne. Quando menino, eu era muito curioso e muito sensível aos
primeiros contatos com vida, para não dizer, com os pecados. Analisava-me: estou crescendo e descobrindo,
por mim mesmo e pelas conversas nas ruas cheias de outros garotos, cada um
contando suas “primeiras aventuras”... Perguntava-me:
estarei também cheio de impurezas; cheios desses terríveis pecados que – como
me ensinavam nas sonolentas aulas de catecismo -- me levariam às profundezas do
inferno? Até que chegou o dia da minha
primeira comunhão: o confessionário! Mas como confessar tantas “imundícies”,
tantos pecados?
Hoje é meu neto que me
faz tantas perguntas... Perguntas desse
tipo: -- Vô, quem é seu Deus?
Querer transfundir
minha alma no corpo de uma criança; querer, como faziam quando eu ainda
criança, que um filho, um neto siga minhas crenças ou descrenças, eu tento não
fazer. Prefiro ensinar de tudo, um pouco, e que assim ele vá tirando suas
próprias conclusões.
Gosto muito de
astronomia e também aos poucos vou lhe ensinando quão grande, quão infinito,
quão perfeito é o universo sem fim. E pela astronomia procuro lhe dizer o que
eu “penso” sobre cristianismo e outras religiões e em tantos “Deuses” que a
humanidade criou e acredita. Desde os “Deuses” inofensivos e que nem existiram
da mitologia Grega, aos “Deuses” atuais.
Quem criou tudo isso,
vô? -- Eu mesmo não sei, e acredito que ninguém sabe, nem nunca saberá! Veja
comigo: -- Trezentos anos antes de Cristo, Aristóteles dizia que a terra era o
único planeta e o centro do universo; outro grande filósofo, Epicuro, afirmava
que o “cosmo” era infinito e capaz de conter uma infinidade de mundos! A
ciência se encarregou de dar razão a Epicuro.
-- É difícil imaginar,
digo a ele, alguma novidade maior e de tantas consequências para a história da
“nossa” humanidade, quando forem descobertas vidas em outros planetas. É muita
presunção acreditar que somente a terra, esse “zero pequenino; esse subúrbio do
universo” seja o centro do universo e que só aqui seja “habitado”. E até hoje
muitos acreditam nisso. Muitos; judeus e cristãos, por exemplo.
Imagine o impacto que
uma descoberta de outras vidas, em outros planetas fará sobre essas religiões,
que até hoje acreditam que eu, você, a humanidade fomos criados à imagem e
semelhança de Deus, e por ele escolhidos para suas “medalhas”; para seus filhos
preferenciais? -- E tem mais, meu netinho curioso, na doutrina cristã essa
escolha foi levada ao extremo! -- Para resgatar a humanidade dos pecados; entre
esses, os pecados da carne, Jesus Cristo, o filho mais querido de Deus
tornou-se um simples ser humano e foi terrivelmente sacrificado na cruz!
“Me conte mais, vô,
estou gostando!” – O que acontecerá, então, quando os cientistas da “NASA”
anunciarem que há milhares, milhões de outros planetas habitados por seres tão
mais ou tão menos evoluídos e inteligentes que “você”, digo-lhe dando uma
gostosa gargalhada. E continuo: -- Qual o papel desses seres na doutrina
cristã? Como seriam os “Deuses” deles? Como seria o “Jesus Cristo” deles? Teriam
eles o direito a serem “livres-pensadores”, como seu avô aqui? Teriam eles a
possibilidade de pecar e depois serem redimidos pelo perdão divino?
É vô: -- Agora estou
começando a entender o porquê da religião, como você mesmo diz, haver sido um
dos maiores obstáculos ao desenvolvimento da astronomia; e porque Giordano
Bruno foi queimado na fogueira das “Santas inquisições”; e por muito pouco o
Galileu Galilei também! Foi preciso que ele renegasse suas teorias que rezava
ser a terra que girava em torno do sol, e não o contrário, como os cardeais de
época queriam!
Mas é muita filosofia
entre essas duas pontas tão distantes: -- Um, avô; o outro, um neto. Como unir
esses dois extremos tão distantes? Kkkkkkkk
Coronel Maciel.
PS:- - Ô Barack Obama! –
Para de ficar na dúvida e conta logo pra gente todas as sacanagens, todas as
roubalheiras que vocês descobriram envolvendo dona Dilma e o PT, o partido que
mais traiu os trabalhadores do Brasil! Conta logo! kkkk
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