domingo, 5 de maio de 2019

ATOL DAS ROCAS.


Atol das Rocas; quantas saudades...
Era naqueles bons tempos quando eu, Capitão Aviador, Oficial de Operações do ETA-2 Recife, valoroso Esquadrão equipado com os saudosos, audazes, corajosos, valorosos “Super-Dakotas-C-47”, eu e o Tenente Alcântara, éramos os maiores “piruadores” das missões àquela ilha tão fantástica, tão linda e afrodisíaca. Para tanto, usávamos de um infalível golpe: -- Sabíamos exatamente quais os pilotos que não se sentiam “confortáveis” no atravessar aquele pedaço do Atlântico, cheio de gulosos e temidos tubarões! A decolagem era sempre prevista para duas da tarde das sextas-feiras. O regresso, no sábado e às vezes no domingo, dependendo do ”pernoite”. Na quinta à noite era certo; os escalados davam “suas desculpas” e lá íamos nós passar o fim de semana nas ondas verdes dos mares de Noronha; os pernoites eram ótimos! Sempre aparecia alguma turista com um violão para nos acompanhar nas serestas enluaradas. Foi num desses pernoites que os pescadores nos informaram que o “Atol das Rocas” ficava logo ali, bem pertinho; distante uns 30 minutos de voo. No dia seguinte lá fomos nós visitá-lo. Decolamos; “pezinho” pra direita, coisa de uns 30 graus, e logo fomos surpreendidos por uma quantidade enorme de pássaros marinhos, surpreendidos pelo voo do nosso pássaro gigantesco. Sobrevoando em voo rasante o atol, observávamos o desespero das tartarugas fugindo dos ataques dos tubarões, que ficavam presos no imenso lago formado no atol, quando na “maré baixa”, de olho na grande e desleal luta pela sobrevivência nos mares! Após o pouso intermediário em Natal, numa rápida inspeção “pós-voo”, fomos surpreendidos com pedaços de aves marinhas que ficaram presas no bordo de ataque das asas, lembranças do nosso sobrevoo no solitário Atol das Rocas.
“Ah, quantas saudades nós temos da aurora das nossas vidas...”.
Coronel Maciel.



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