Poucos se lembram, mas
eu lembro muito bem do William Blanco Abrunhosa Trindade, mais conhecido como
Billy Blanco, nascido como eu lá, em Belém do Grão Pará, terra das mangueiras e
das mais lindas morenas! Billy não se deu muito bem no mundo da “arquitetura”,
mas se deu otimamente bem quando ao lado do seu inseparável violão. Arquitetou
grandes sambas sincopados: se tornou um grande músico, e músico dos bons! Dono
de um estilo muito seu, descrevia os acontecimentos do dia a dia, com muito
humor, muito amor, às vezes salpicado com algumas desilusões da vida. Seu
primeiro grande sucesso foi “Estatuto da Gafieira”, na voz da Inezita Barroso (1954).
A sua “Banca do
Distinto” pra mim é uma das suas melhores composições e a que eu mais gosto de
me acompanhar no meu “plangente” violão:
“Não fala com pobre, não dá mão a preto,
Não carrega embrulho/Pra que tanta pose,
doutor,
Pra que esse orgulho;
A bruxa que é cega esbarra na gente,
E a vida estanca/O enfarte lhe pega, doutor/E
acaba essa banca:
A vaidade é assim, põe o bobo no alto/E retira
a escada,
Mas fica por perto esperando sentada,
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão.
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco,
afinal
Todo mundo é igual, quando a vida termina,
Com terra em cima e na “horizontal”.
Ontem, a vassoura lá de
casa chorava assim pra mim: -- Antes, coronel, quando na floresta, eu me achava
tão grande, tão esbelta, tão firme e tão forte que nunca imaginava ser hoje a
“merda de uma vassoura”... Sempre me imaginava sendo uma árvore grande, enorme,
muito importante, sempre maior que as outras... – Calma, dona Dilma! – Por que
chorar tanto assim? -- Todas as “árvores” pensam assim... -- Mas todas vão
acabar vassouras, palitos de fósforos, de dentes... Lenhas de fogueiras...
Coronel Maciel.
PS:- - As mulheres
costumam errar na escolha dos maridos; mas “acertam” na escolha dos amantes.
Após alguns anos vivendo nas alturas, o Brasil deixou-se cair nos cantos da
vigária; a pior, a mais verduga das “amantes”. E os maridos? Recolheram-se nos
quartéis. Assistem de camarote o fracasso de quem não soube prender o marido...
Fiquem com Deus.
Militares nunca mais.
Coronel Maciel.