Quando eu digo “Lula o
teu dia há de chegar!” não é desejando-lhe a morte; a morte física, não; nunca,
jamais! – Desejo-lhe, isto sim! -- a morte política, quando nós, brasileirinhos
(nem todos, nem todos) esperamos que ele, assim como todos os envolvidos no
mensalão e outros dos mais abomináveis crimes, caiam nas malhas das leis; mesmo
sabendo que eles estão longe, muito longe dos seus alcances, tão pequenos
e tão frágeis são os raios de ação das nossas risíveis leis. Não
acredito que nenhum deles vá pra cadeia.
Desejo vida longa para
o Lula, (pra dona Dilma também!) mesmo sabendo, via “informes” não confirmados,
que a doença que o persegue já migrou das cordas vocais para os seus alvéolos
pulmonares. Lula tem à sua disposição, mesmo pelas madrugadas, os melhores médicos
do Brasil, nos melhores hospitais, sem dúvida melhores dos que os existentes em
Cuba, onde foi procurar ajuda o finado Hugo Chaves.
Jamais o Lula há de
enfrentar as longas filas do SUS, como eu já tive a sorte de enfrentar; aliás,
com muita sorte! Um verdadeiro milagre! Foi quando me submeti, há coisas de uns
dez anos, a uma operação para retirada de quase um palmo do ramo ascendente do
meu pobre intestino grosso; todos pensavam que era um câncer; mas não era. O problema não é o avião, meus caríssimos
ouvintes; mas sim o piloto! O piloto sendo bom, os passageiros sempre terão
grandes possibilidades de chegar sãos e salvos a seus destinos! O mesmo
acontece no tão difícil e delicado ramo da medicina: o operador, “o piloto”, sendo
bom, faz o milagre acontecer!
Dizem que quando uma pessoa morre, ele se
reintegra em sua mais autêntica respeitabilidade, mesmo que tenha cometido
loucuras na vida. Para muitos, o passado de dona Dilma já morreu. Eis o porquê (aliás, atendendo aos mais
veementes apelos de amigos que me pedem para “maneirar” as mensagens contidas
nos meus “versos”; um velho coronel não deve usar de termos tão escabrosos, tão
censuráveis, tão ditosos palavrões, em se tratando das nossas autoridades
constituídas, sejam elas civis ou militares! Que devo me comportar como manda
os regulamentos disciplinares; tratar com “açúcar e com afeto” a nossa risonha Comandante-em-chefe.)
— Eis o porquê, como eu ia dizendo, de dona Dilma, apesar de haver praticado
loucuras na vida, haver chegado à presidência da república, livre, como querem
e acham seus eleitores, das loucuras
cometidas no passado...
Estão aí os IBOPES,
velho coronel, mostrando que dona Dilma seria eleita novamente presidente, com
maioria absoluta; esmagadora!-- Eis um argumento sem réplica, coronel. – Eu
ouço tudo, baixo a cabeça, e não digo nada...
E viva a democracia!
Viva a incrível democracia brasileira! Muito
embora eu continue achando que a única coisa realmente democrática neste Brasil
tão grande, tão amado e tão traído é a morte, a cega que avança pelo seu mundo
secreto, um mundo onde ela é a rainha que reina, que domina, e nos arrasta sem
clemência...
Coronel Maciel.