Foi exatamente na hora
quando o presidente Castelo Branco saltava do carro para inaugurar uma
conferência no hotel Glória que Carlos Heitor Cony, junto com “sete amigos”, acabava
de dar uma vaia no presidente que ia inaugurar uma conferência da OEA, no hotel
Glória, no Rio: -- Quando o marechal saltou do carro e começamos a vaia, não
sei o que me deu; gritei o mais alto que pude: "Filho da puta!". --
Fomos presos! Este, um dos episódios mais marcantes na vida do escritor Carlos
Cony: chamar o presidente Castelo Branco de filho da puta!
Quantos brasileiros
ficaram ricos, famosos e muito agradecidos por terem sido perseguidos durante a
“ditadura”? -- Quantos? -- Quantos hoje dão graças a Deus por terem sido “presos”?
– Quantos? -- Dona Dilma é um dos “piores” exemplos.
Em “64” Cony trabalhava
no “Correio da Manhã”. Não sei bem o porquê; mas em 1974 o Correio deixou de
circular. Era um jornal poderosíssimo: ali se demitiam ministros com um simples
tópico! Em 64 o “Correio” fazia acirrada campanha contra o governo Goulart. Editoriais
com títulos garrafais: “Basta”; “Fora”. No dia 2 de abril Cony publica uma
crônica que, segundo ele, irritou leitores e assinantes habituados à linha até
então adotada pelo jornal. Cony não aceitava, também segundo ele, placidamente
a “ditadura que então se instaurava”. Cony juntou-se a outros tantos
jornalistas, entre eles Márcio Moreira Alves, “pivô do crime” que decretou o
Ato Institucional Número 5 (AI-5) em dezembro de 1968. Formava-se o primeiro
grupo de reação contra a “ditadura”, segundo Cony.
Não sei se Cony
realmente lutava contra a “ditadura”, ou se já “vislumbrava”, lá longe, a cama
onde hoje dorme tranquilamente, após receber dos cofres públicos uma
indenização de um milhão e meio por ter sido -- diz ele -- um dos mais
perseguidos pela ditadura. Hoje recebe uma pensão vitalícia mensal de mais de
vinte e três mil, tudo livre de imposto de renda!
Como dizia Millôr
Fernandes, ao recusar “indenizações”: não era ideologia, era investimento!
Cony, nas suas crônicas
semanais na “Folha de São Paulo”, continua a massacrar os velhos generais de
64, que, mortos, não sabem se defender...
Quem é o grande “filho
da puta”, nesta historinha à toa? – Ele, Cony, ou o insigne marechal Humberto
de Alencar Castelo Branco?
Coronel Maciel.