Filósofo da quarentena.
Não sei quantos homens
e mulheres habitam esse nosso “zero pequenino”, no dizer do “William
Shakespeare”. Ouvi dizer que são mais de oito bilhões; dizem que são trezentos
mil os que já morreram vitimados pelo vírus chinês; ora, dizem os mais crentes,
isto não é nada comparado com a imortalidade da alma. Quantas vezes eu me pergunto:
Será que alguém já se perguntou realmente o que estamos fazendo aqui na terra?
Há os muitos que acreditam em outras vidas após a morte; e também em céus e infernos;
já outros, como a Cecília Meireles, acham que um dia estaremos mudos: mais
nada! Eu acho a maior ignorância acreditar que só a terra é habitada, neste
universo tão lindo, tão grande, tão infinito. Eu nuca vi nem nunca vou ver
discos voadores; mas eu acho sonhos acreditar em discos voadores. Não consigo
acreditar que seres tão inteligentes venham de lugares tão distantes para ficar
escondidos nas margens do rio Guamá, lá no meu Belém do Pará, entre botos, iaras,
cobras e jacarés. Felizes os muitos que acreditam em tudo o que o mundo diz; em
tudo o que dizem os livros sagrados, onde até as vírgulas são sagradas, pois
foram ditados por Deus; e não é possível que até os Deuses queiram nos enganar.
Coronel Maciel.
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