domingo, 17 de maio de 2020

O NASCER DE UMA ESTRELA NO CÉU.



Era uma vez uma vez um Capitão-Aviador, pilotando um “Dakota C-47”, que acabava de pousar em Amapá, uma cidadezinha ao norte de Macapá, no rumo do Oiapoque, outra linda cidadezinha pequenina tão boa de se morar. Perguntei ao Comandante do Destacamento quem estava “a bordo” de uma barraca tipo “Sobrevivência na Selva”, estacionada ao lado da pequenina pista de pouso: -- Capitão Maciel, é um casal de “hippies” assim meio-malucos, que pediram para ali viver, só por uns dias. – Mas pô, bem ao lado da pista?  Fui lá, devagarinho, bem devagarinho, ver “quem são eles”. Jamais poderia imaginar!  -- Poia não era o “Pi”!? -- O meu grande amigo Pi; o Aluno 57-39 João Baptista Vieira de Souza, que, cansado de voar – sempre e eternamente p’ra lá e p’ra cá, como ele me dizia -- num B-727 novinho da VARIG, pedira então suas contas, como pedira da FAB, e resolvera, sempre acompanhado da sua digníssima, passar o resto das suas noites e dias no embalo do vento terral derrubando coqueiros. Após aquele longo e fraternal abraço, aproveitamos para um rápido balanço em nossas vidas: -- Eu, um ébrio-piloto-capitão-aviador-sonhador; ele, um ex-Capitão-Aviador, que cansara de pilotar os melhores aviões do mundo, aviões que eu sonhava pilotar; ele, agora com saudades do meu velho Dakota C-47; e eu, sonhando em ser um “Comandante Internacional da VARIG”; ele, me dizendo que daria tudo para voltar a ser o que era: um anônimo, pobre, paupérrimo: um feliz Capitão-Aviador. O “Pi” cansou também de ser “hippie” e voltou a voar, agora como piloto de helicóptero, à serviço da PETROBRÁS, quando a “bruxa”, a cega que não escolhe Deus nem o Diabo, apaixonou-se do Pi, e abraçados caíram no mar. Nascia mais uma estrela no céu...
Coronel Aviador.

Nenhum comentário: