Medo e Pavor.
Teve uma hora em que
Dante, não aguentando mais ver tanta miséria, tantos sofrimentos daquelas almas
pecadoras que penavam nas profundezas sulfúreas dos infernos, pára, e diz para “Virgílio”,
que o obrigava a caminhar: “Como hei de ir, se és tu de espanto dominado,
quando conforto estou de ti esperando? ” -- Era o medo que apavorava Dante! Dizem
os mais famosos psicólogos e psicólogas do mundo que medo, coragem, covardia,
pavor é tudo a mesma coisa; tudo questão do momento. Indo mais fundo na
questão, tem outros, como o Balzac, por exemplo, e dizem que até mesmo o
Einstein, diziam que “medo” é quando um pobre coitado vê, pela vez primeira, que
não pode dar a “segunda”; e “pavor” é quando, pela segunda vez, vê que não pode
dar a “primeira”. Uma vez eu ia de Ilhéus para Salvador, era plena meia-noite,
debaixo do maior toró do mundo, sozinho no meu T-6, bem no meio dos mares profundos
de Yemanjá. O dilúvio era tanto que a temperatura da “cabeça do cilindro” começou a baixar
perigosamente, mesmo depois de fazer os procedimentos previstos. Foi quando eu olhei
pra ponta da asa esquerda, e vi; eu juro que vi, o diabinho Exu fazendo adeus
pra mim; olhei pra ponta da direita, e não é que o filho da puta estava lá,
rindo e fazendo “adeuszinhos” pra mim? Foi quando eu perdi o medo, e passei a
sentir um verdadeiro pavor, passando a rezar aquelas orações já tão esquecidas que
minha mãe me ensinava, naqueles velhos tempos que não voltam mais...
Coronel Maciel.
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