Julgando-se dona do
Brasil (um dos seus objetivos é dobrar a renda per capita dos brasileirinhos,
até meados da década de vinte... lá pelos anos de 2023... Vai longe, na sua
luta pelo poder). Dona Dilma também é dona de uma enorme e pulguenta alcatéia,
que a acompanha desde as mais “priscas eras”. Há cachorros por todos os lados;
até, acredite se quiser, nos caros e muito bem remunerados tribunais. Dos mais
baixos aos mais altos e supremos tribunais; todos cheios, lotados, de juízes
sem juízos. Um dos seus cachorrinhos de estimação atende pelo nome de “Zé
Dirceu”; é um cão que late, mas não morde; que late e, quando ameaçado, foge da
luta com o rabinho entre as pernas.
Brás Cubas é um
"defunto-autor"! Criação do nosso grande Machado de Assis. No seu
livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado nos narra quando Brás Cubas,
quase “cinquentão” e sentindo-se derrotado por não ter sido indicado como
ministro, conversa com Quincas Borba, seu amigo e grande “filósofo”. Aqui vai
uma pequena amostra da veia irônica de Machado de Assis:
Para distrair-me, Quincas convidou-me a sair;
saímos para os lados do Engenho Velho. Íamos a pé, filosofando as coisas. Nunca
me há de esquecer o benefício desse passeio. A palavra daquele grande homem era
o cordial da sabedoria. Disse-me ele que eu não podia fugir ao combate; se me
fechavam a tribuna, cumpria-me abrir um jornal. Chegou a usar uma expressão
menos elevada, mostrando assim que a língua filosófica podia, uma ou outra vez,
retemperar-se no calão do povo. Funda um jornal, disse-me ele, e
"desmancha toda esta igrejinha".
- Magnífica idéia! Vou fundar um jornal, vou
escanchá-los, vou... – Lutar! -- Podes escanchá-los ou não; o essencial é que
lutes. Vida é luta. Vida sem luta é um mar morto no centro do organismo
universal!
Daí a pouco demos com
uma briga de cães; fato que aos olhos de um homem vulgar não teria valor.
Quincas Borba fez-me parar e observar os cães. Eram dois. Notou que ao pé deles
estava um osso, motivo da guerra, e não deixou de chamar a minha atenção para a
circunstância de que o osso não tinha carne. Um simples osso nu. Os cães
mordiam-se, rosnavam, com o furor nos olhos... Quincas Borba meteu a bengala
debaixo do braço, e parecia em êxtase.
- Que belo que isto é! dizia ele de quando em
quando.
Quis arrancar-me dali,
mas não pude; ele estava arraigado ao chão, e só continuou a andar, quando a
briga cessou inteiramente, e um dos cães, mordido e vencido, foi levar a sua
fome a outra parte.
Notei que (Quincas)
ficara sinceramente alegre, posto contivesse a alegria, segundo convinha a um
grande filósofo. Fez-me observar a beleza do espetáculo, relembrou o objeto da
luta, concluiu que os cães tinham fome; mas a privação do alimento era nada
para os efeitos gerais da filosofia. Nem deixou de recordar que em algumas
partes do globo o espetáculo é mais grandioso: as criaturas humanas é que
disputam aos cães os ossos e outros manjares menos apetecíveis; luta que se
complica muito, porque entra em ação a inteligência do homem, com todo o
acúmulo de sagacidade que lhe deram os séculos, etc.
Igualzinho ao que
acontece hoje no Brasil, meus caríssimos ouvintes; onde os cães amestrados da
dona Dilma lutam pior que leões pela carniça que virou o Brasil! Pior que aves
de rapina que se alimentam só de podridões!
Cada país tem a cachorrada que merece! Cada
país tem “as estrelas” que merece... Duas, três, quatro estrelas...
Constelações de estrelas... Mas nenhuma delas capaz de nos guiar...
Coronel Maciel.