quinta-feira, 20 de junho de 2019

CORPO DE CRISTO.


Corpus Christi.
Por quê, me pergunta o Spindola, ateu até debaixo das águas mais profundas dos seus rios, furos e igarapés; será que só eu, que já corri o mundo inteiro voando nas asas dos meus velhos livros; que já entrei nas mais ricas Igrejas do mundo; que já fiz minhas orações nas Capelinhas mais humildes das montanhas e tapiris das serras; por quê, meu bom Deus, não consigo acreditar em nada do me dizem as Bíblias e tantos outros livros sagrados? Por quê a minha fé é menor que fé de uma formiguinha? Conheço um caboco velho, me diz esse velho caboco ateu, mais santo que pecador, que mora nas bandas do Igarapé-Miri; que já viveu os seus mais de cem anos, rezando ao lado das suas caboquinhas verdinhas; será que ele, assim como eu e você, nunca iremos nos deitar nas brancas redes atadas nas brancas nuvens dos céus, ao lado das mais lindas anjas; sejam elas gordinhas, baixinhas, magrinhas ou gigantes lá nas alturas céus?  Será mesmo que existam por aí tantos céus e infernos, me diga logo você, que já passou mais de não sei quantas mil horas, voando como voam as folhas bem verdes dos nossos coqueiros, balançando aos ventos, pertinho dos céus...
Coronel Maciel.

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