sábado, 8 de junho de 2019

PIRIQUITAS.


Piriquitos e Piriquitas.
É sempre a mesma coisa, manda me dizer o Spíndola lá de Belém, quando “cabocos” se metem com certas “cabo quinhas”, dessas que têm as “piriquitas” apimentadas; e não é só por aqui, não; é no mundo inteiro; vem desde os tempos da hoje Santa Madalena; aliás, velho corona, eu só acredito mesmo em Santos e Santas que foram grandes pecadores, como o seu xará, o Santo Agostinho.  Vários amigos meus, velhos pilotos como você, que também já deve ter feito das suas, voando por aí, entre rios e igarapés, me contaram, alguns chegando até a jurar, que já viram as chamadas ”iaras”, lindíssimas morenas que adoram ficar deitadas, nuinhas em pelo, nas areias brancas dos furos e igarapés, sacudindo seus longos cabelos negros, mais negros que “as asas da graúna”; com seus sorrisos provocantes, sedutores, cantando as mais lindas melodias de amor. Foi assim que muitas conseguiram seduzir alguns pilotos dessa tua tão querida Força Aérea, desses “tarados” que não podem ver mulher, e quando seduzidos pelas “Iaras” ficam loucos varridos e que o único remédio é uma boa surra de corda, ou fumigação com alho, pois, como dizem os nossos velhos conhecidos missionários alemães, o cheiro do alho, ou mesmo da cebola, ainda que seja superstição, espanta os amores das doces Iaras, que não se dão muito bem com cheiro de alho ou de cebolas. Há também a lenda dos botos, os machos e os botos fêmeas. Os machos seduzem mulheres; as fêmeas, os homens. Dizem as más línguas que muitos desses seus amigos mais antigos, hoje velhos pilotos, se deixaram cair nessas perigosas armadilhas do amor, como o caso tão badalado por aí, desse jogador de futebol, seduzido por uma “magra piriquita lora”. Não fossemos mais espertos, Spíndola, já teríamos caído na conversa dessas envenenadas piriquitas...
Coronel Maciel.

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