sexta-feira, 10 de abril de 2020

DESCULPE O AUÊ.


Desculpe o Auê.
Às vezes alguém me pergunta por que sou 8 ou 80. Por que eu digo coisas com a mão direita, coisas que muitos acham belas, lindas, inocentes; mas quando uso a mão esquerda, as “esquerdas” não gostam de ouvir. Ora, é muito fácil explicar, e nada melhor que um bom palavrão para resumir tudo o que sinto: -- É foda, meu irmão; é muito foda mesmo, passar uma vida inteira, como muitos de nós passamos, sendo chamados de assassinos; de cruéis torturadores, sem nunca termos dado o mais leve beliscão; nem eu e nem a imensa maioria dos nossos amigos, militares como eu, que nunca fizemos mal a ninguém; a nenhum desses que assim nos humilham.  Ora, coronel, paga o justo pelo pecador; faça como aquele filho de Deus que, apanhando numa face, logo entregava a outra, pedindo para esse Deus, seu Pai, que os perdoassem, “pois eles não sabem o que fazem”. Não sou também nenhum “santinho”; viro uma fera, assim como todos nós viramos, quando alguém nos pisa nos calos. Também não sou desses “machões – machões”, que na hora do perigo se cagam todo de medo.  Também não sou daqueles que acham que coragem não é como preguiça, que todo mundo tem; não; todos nós temos nossos medos; mas medo é uma coisa; covardia é outra, e muito; muito diferente. Desculpem o “Auê” ...
Coronel Maciel.

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